Dia 17.06.2018 – Ir. Odethe da PNSPS partiu para Casa do Pai

31/08/2018

20/06/2018 – 08.01.1932 + 17.06.2018

Irmã Odethe Souza, filha de Eduardo Souza e de Alcíria Silveira Souza, nasceu aos 08 de janeiro de 1932, ocupando o quarto lugar entre os seus oito irmãos. Seus pais lhe introduziram na fé católica desde o berço. Vivendo neste ambiente de fé e amor a Deus e aos irmãos, desde muito cedo Irmã Odethe manifestou o desejo de consagrar-se inteiramente a Deus. Desejava ser diferente em tudo. Imaginava, sonhava ser religiosa, pois era o que sua alma mais aspirava. Quando lhe perguntavam o que desejava ser, respondia prontamente: “Quero ser Irmã”. Assim, conduzida por este forte desejo, aos 15 anos de idade, tomou a liberdade de pedir permissão aos seus pais para ser freira. Os mesmos prontamente consentiram e logo procuraram contato com as Irmãs da Divina Providência, com as Irmãs Paulinas e com as Irmãs Franciscanas de São José, através do Monsenhor Bernardo Peters, que era tio das nossas Irmãs Maria José e Otília Locks. Neste período, Irmã Odethe já fazia parte das Filhas de Maria, era catequista e zeladora do Apostolado da Oração.
Aos 17 anos, no dia 25 de janeiro de 1949, festa da Conversão de São Paulo, ingressou no Aspirantado, em Angelina. Cheia de alegria, sonhos e entusiasmo, foi admitida ao postulando no dia 02 de fevereiro de 1950. No ano seguinte, aos 02 de fevereiro de 1951 fez a sua Vestição, ingressando no Noviciado Canônico, recebendo o nome de Irmã Maria Zenaide. Foi para ela um dia marcante e grandioso, pois tinha certeza que essa era a vontade de Deus a seu respeito. A cada dia que passava, sentia mais fortemente o apelo do Senhor a segui-Lo onde quer que fosse, pois estava disposta a tudo. Enfim, chegou o grande dia de sua Profissão Religiosa, 02 de fevereiro de 1953. A felicidade era tanta que quase não acreditava que estava realizando o seu grande desejo de ser Irmã para sempre, esposa de Jesus Cristo. Se sentia agradecida a Deus por tê-la escolhido dentre suas colegas, que acreditava serem melhores do que ela. Considerava Angelina o lugar sagrado onde Deus lhe conduziu para consagrar-se a Ele como membro da Congregação das Irmãs Franciscanas de São José. Aos 02 de fevereiro de 1959 fez os seus Votos Perpétuos, realizando assim o seu grande ideal de pertencer definitivamente ao Senhor. Olhava com admiração e orgulho para a sua aliança esponsal com o próprio Jesus Cristo, a quem ela procurou, com generosidade e profundo amor ser fiel todos os dias de sua vida. Escreveu em sua autobiografia: “não desejo outra coisa a não ser o meu Jesus, o Crucificado, seguindo-O com fidelidade e amor, procurando com todas as forças cultivar a intimidade com Ele, através da vida de oração, da vivência fraterna, da missão e do cultivo da formação permanente”.
Relatamos a seguir, o que Irmã Odethe descreveu sobre suas transferências, em sua autobiografia por ocasião do jubileu de 60 anos de vida religiosa, celebrado no ano de 2013: “no período de 1952 a 1964, fiz rodízio nas Fraternidades do Hospital Santo Antônio de Blumenau; Fraternidade Nossa Senhora Aparecida da Colônia Santa Teresa – SC e Sanatório São Roque – Piraquara – PR, desenvolvendo trabalhos na farmácia e serviços de enfermagem. Em 1965 fui transferida para o Hospital Beatriz Ramos, de Indaial, na função de administradora do Hospital e Superiora Local da Fraternidade. Neste período, fiz dois anos de Técnico de Contabilidade em Timbó. De 1973 a 1979 fui para a Sede da Província, em Barreiros, São José, para os serviços de contabilidade e Superiora Local da Fraternidade do Provincialado. Neste período fiz o bacharelado em Economia, na Universidade Federal de Santa Catarina. Em 1979 fu transferida para a Fraternidade Bom Jesus, de Ituporanga, para os serviços de contabilidade junto ao Hospital Bom Jesus. No ano seguinte, 1980 até 1996, assumi a direção do Hospital e Superiora Local da Fraternidade Bom Jesus. Neste período fiz o Curso Técnico de Administração Hospitalar, em Blumenau. Além disso, fiz parte do Governo Provincial, durante dois triênios, como Conselheira, entre os anos de 1983 a 1989. De 1996 a 1998 fiz pós-graduação em Administração Hospitalar, na Univille em Joinville. Em 1997 fui transferida para a Fraternidade Maria Auxiliadora, para os serviços de contabilidade no Hospital e Maternidade Maria Auxiliadora. Em 1999 fui para Witmarsum, para a Fraternidade Madre Alphonsa, assumindo a função de Superiora Local, diretora do Hospital Madre Alphonsa e serviços de contabilidade do referido hospital. Permaneci ali até 06 de fevereiro de 2007, quando fui para a Fraternidade Nossa Senhora das Graças de Ituporanga, como Superiora Local e auxiliar da Mestra do Aspirantado de 2º Ano. No dia 10 de fevereiro de 2010 fui transferida para a Fraternidade Sagrada Família, Bairro Santa Mônica, Florianópolis, onde permaneci por apenas três meses. Assim, no dia 18 de maio de 2010 passei a compor a Fraternidade Santo Anjo – Vargem do Cedro, assumindo a função de Superiora Local e Ecônoma da Fraternidade. Permaneci na missão de Superiora Local até o início de 2014. A partir de então, continuei como Ecônoma e também me dediquei mais aos trabalhos pastorais na Paróquia São Sebastião, de Vargem do Cedro, especialmente na visita às famílias e levar comunhão aos doentes acamados”. Irmã Odethe permaneceu na Fraternidade Santo Anjo até o dia 18 de maio deste ano, quando foi levada ao Hospital Bom Jesus, para tratamento de saúde, sendo diagnosticada com um quadro de infecção e outras complicações. Permaneceu em tratamento no Hospital Bom Jesus de Ituporanga até o dia ontem, 17 de junho, quando o Senhor a chamou para celebrar, com Ele, o seu Jubileu de 65 anos de vida religiosa consagrada, que gostaria muito de tê-lo celebrado em Angelina, no dia 08 de junho, com suas coirmãs.
De Irmã Odethe Souza destacamos algumas virtudes e características bem interessantes: era uma Irmã muito fraterna, acolhedora, trabalhadora, dinâmica, empreendedora e com habilidades especiais para trabalhos artesanais. Estava sempre ocupada com alguma coisa. À noite, quando assistia TV aproveitava para fazer trabalhos manuais. Se esforçava muito para se atualizar, lidar com o computador, com o celular, para não ficar de fora da realidade. Tinha um carinho especial para com as Formandas e gostava de relatar para elas suas experiências místicas com o Senhor, o Amado de sua Alma. Recentemente, quando estava internada em Ituporanga, teve a oportunidade de relatar para duas formandas a experiência que estava fazendo diante da doença. Disse: eu não estou bem, é verdade, estou sofrendo, mas estou sendo tratada como uma rainha. Quando eu olho para o meu Jesus Crucificado que está aqui em frente do meu leito, eu penso: Jesus, eu estou sofrendo, mas tem gente cuidando de mim, fazendo tudo para aliviar meus sofrimentos. Tu, ao invés, não tiveste a mesma sorte. Não tiveste quem te aliviasse os sofrimentos na hora mais cruel de Tua Crucificação. Por isso eu só posso dizer: Eu te Amo, meu Jesus. E repito isso continuamente, pois não consigo mais rezar outra coisa. Parece que nem sei mais rezar Pai Nosso, Ave Maria. E disse para as formandas: meninas, procurem rezar desde cedo, busquem a intimidade com Nosso Senhor desde os primeiros passos na vida religiosa, pois quando a gente fica doente não consegue mais rezar, somente dizer: Jesus eu Te Amo.
Muito obrigada, Irmã Odethe pelo seu testemunho de serviço misericordioso em tantas áreas de atuação, especialmente no serviço de contabilidade e administração de nossos hospitais, cuidado das Irmãs como Superiora, pela sua espiritualidade, seu cultivo da intimidade com o Senhor. Foi muito bom tê-la como nossa Irmã. Lá do céu, olhe por nós, suas coirmãs, pelas formandas, por seus familiares e amigos. Peça a Deus que continue chamando muitas jovens para o serviço da Misericórdia, em nossa Congregação.
Descanse na Glória e na Paz do Esposo Amado!