24 Domingo do Tempo Comum – 16/09

13/09/2018

 “Repostas que nem sempre respondem” 

Mc  8,27-35 – Neste 24º domingo do TC, continuamos com a leitura  do Evangelho de Marcos. Este texto está dividido em duas partes um tanto distintas: Mc 8,27-30 e 8,31-35. Jesus inicia o caminho que o levará a Jerusalém. Os discípulos caminham com Ele pela região de Cesareia de Filipe, uma região aos pés do monte Hermon, onde as elites, especialmente as de Jerusalém, mantinham casas de férias. Neste ambiente hostil, Jesus pergunta aos discípulos sobre a opinião pública a seu respeito. Conhecemos bem as respostas dadas. Pedro fala em nome do grupo: “e vós, quem dizeis que eu sou”? Pedro confessa que  Jesus é o “Cristo”, ou seja, o Messias, título este que indicava poder e triunfo para os judeus da época.  Ao invés de elogiar a resposta dada, Jesus manda silenciar, pois a resposta de Pedro não responde à pergunta feita, pelo que se vê logo em seguida. A confissão de que ele era o Cristo foi severamente proibida de ser divulgada. Enquanto Pedro afirma ser o Cristo, o Messias, o Rei esperado,  Jesus se apresenta como o “Filho do Homem”, destacando assim a sua condição humana, sua fraqueza, cujo triunfo só virá depois de muito sofrimento.  A partir da proclamação de Pedro, Jesus começa a ensinar os discípulos de forma particular.  A necessidade de orientar mais os discípulos ficou evidente com a atitude de Pedro, que havia confessado que Jesus era o Cristo e, em seguida, discorda dele, insiste em dizer o que deve fazer, tenta desviar Jesus de seu caminho. Parece que Pedro só conhecia Jesus superficialmente, não compreendia o tipo de Messias que Jesus era. Não tinha feito uma experiência verdadeira de convivência com Jesus. O Jesus com quem ele andava era uma imaginação sua, a criação de seus desejos.  Após afirmar que Pedro não pensa as coisas de Deus, mas as dos homens, Jesus chama a multidão e os discípulos e fala das exigências principais para seguir Jesus. São três: a) Renunciar-se a si mesmo, no sentido de não se fixar em si, de libertar-se de si e de seus interesses, ou como o Papa Francisco insiste: superar a autorreferência. b) Tomar a cruz, no sentido de que a decisão anterior de renúncia (de si e dos interesses próprios) o leva a enfrentar, com coragem e decisão, as consequências que virão, tais como as perseguições e exclusões. c) Segui-lo. O ato de seguir Jesus significa, concretamente, assumir o mesmo projeto e o mesmo destino de Jesus. “Carregar a cruz” é um modo profundo de dizer que, ao seguir Jesus, temos que assumir, concretamente, a missão, o projeto de Jesus, inclusive a disposição de morrer por causa dele. Jesus mesmo se apresenta como causa de perseguição: o que perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la (8,35). A fidelidade ao Projeto de Deus não tem preço. O que daria o ser humano em troca de sua vida?  Optar por Jesus e seu Evangelho é garantir, já agora, o próprio destino feliz. Ir. Zenilda Luzia Petry  – FSJ