A cegueira de quem não quer ver

28/02/2019

A cegueira de quem não quer ver – Lc 6,39-45 – Mais uma vez a liturgia nos oferece um discurso de Jesus  que está em continuidade de domingos anteriores. Estamos no Ano  C do tempo Litúrgico, no qual lemos o Evangelho de Lucas. Trata-se de um discurso, em forma de catequese, sobre a natureza do Reino de Deus e sobre as exigências do seguimento de Jesus. Neste domingo de Carnaval estamos encerrando o primeiro período deste “Tempo Litúrgico”. No próximo domingo temos o 1º domingo da Quaresma, depois vem a Páscoa e somente a partir de 23 de junho voltaremos a ler Lucas de forma contínua.  Revendo as narrativas desta primeira fase, podemos lembrar que em 23 de janeiro, ou seja, no terceiro domingo tivemos o projeto de Jesus apresentado na sinagoga de Nazaré (4,14-20). No 4º  domingo víamos Jesus sendo rejeitado pelos seus  (4,21-30), que já querem eliminá-lo. No 5º domingo, Lucas nos conduziu para a beira do lago onde o povo se aglomerou para ouvir o ensino de Jesus (5,1-11). Acaba subindo numa barca para ter seu “púlpito” bem instalado. A seguir, envia Pedro a ir  “para águas mais profundas”. Após a constituição de grupo de discípulos, Jesus passa a focar seu ensino sobre a nova grandeza em ação: o reino de Deus. Assim, no 6º domingo fomos desafiados a uma mudança de paradigmas e a ver que o contrário é o lado certo (Lc 6,17.20-26). As bem-aventuranças são contrastadas com os “ai de vós”, dirigidos aos donos do poder. No 7º domingo tivemos a oportunidade de nos confrontar com as atitudes fundamentais e bem concretas, de quem fez sua adesão a Jesus: amar, perdoar, não julgar (6,27-38). Neste 8º domingo Jesus continua suas advertências com comparações de fácil compreensão. Cego não é indicado para guiar outro cego, discípulo é aprendiz do mestre e não vice-versa, quem tem cisco no olho não tem condições de ver o problema do olho alheio, a qualidade dos frutos depende da qualidade da árvore, não se colhem uvas e figos de espinheiros Estas  imagens nos ajudam a ver que, numa sociedade perpassada pelo ódio, desrespeito, injustiças, onde brotam tantos “espinheiros” de violência e crescem poderosas ‘sarças” de interesses e competições, o reino de Deus não tem lugar. Se quisermos uma Igreja participativa e de comunhão, uma sociedade justa e fraterna, somos nós, discípulas e discípulos de Jesus, que precisamos iniciar o cultivo de um jardim novo. A mudança começa no coração humano, do qual a boca será a porta voz da boa novado reino de Deus. Ir. Zenilda Luzia Petry

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