A Festa da Divina Comunhão

14/06/2019

A Festa da Divina Comunhão – Jo 16,12-15- Neste domingo a Igreja celebra a “Festa da  Santíssima Trindade”. Ocorre logo após a festa de Pentecostes, domingo da plenitude da revelação da 3ª Pessoa da Trindade.  O Mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. A fé no Deus trino vem desde a infância, quando aprendemos a fazer o sinal da cruz e chamar a Deus de Pai, Filho e Espírito Santo. Mesmo sem compreender ou questionar, este mistério entrou em nossa vida com muita naturalidade. Aos poucos, com o uso da razão e novos saberes, começamos a questionar e nos disseram ser um “mistério”, identificado como coisa incompreensível. Facilmente se afirma: “É um mistério”!…   Muitos cristãos continuaram, ao longo de sua vida, afirmando ser a Santíssima Trindade apenas um mistério e pouco ou nada fizeram para ver isto melhor. Muitas vezes ouvimos, na catequese ou em homilias, tentativas de explicação que mais confundem do que ajudam a nos aproximar da centralidade da fé cristã. Se bem observarmos, há muita coisa na vida que não compreendemos e que poderão ser melhor conhecidas ao longo da existência. Para uma maior aproximação destas realidades divinas, necessário se faz cultivar atitudes de respeito, reverência, cuidado e, sobretudo, contemplação.  A Santíssima Trindade é o Mistério de um só Deus em três pessoas. Tal afirmação, em si, nada explica. Contemplando, com fé, as manifestações divinas ao longo da história, mergulha-se num universo de vida que não se explica. “Deus é amor”, dirá João em sua primeira carta. Isto também não se compreende pelas vias racionais, ainda mais quando tal palavra é tão destituída de seu sentido originário.  “Quem ama conhece a Deus” (1 Jo 4,7), dirá o mesmo autor sagrado. A experiência de amor é a porta de acesso a Deus, pois o Deus dos cristãos é comunidade, é comunhão. Se Deus fosse sozinho, não poderia amar. Amaria quem? A si mesmo? Isto não é amor. Deus é Trindade de Pessoas e por isso é Amor (1 Jo 4, 8), é comunhão. Amor e comunhão são uma coisa só em Deus. A maior glória que podemos dar à Trindade é vivermos em comunhão, como Ela vive. O evangelho deste dia esclarece a missão do Espírito Santo: completará a obra do Pai e do Filho, para que a humanidade possa aderir plenamente ao projeto do Pai e à obra salvadora do Filho (Jo 16,12-15). A Festa da Trindade não é apenas uma oportunidade para falar da Trindade e conhecer mais a doutrina elaborada ao longo destes Vinte Séculos de cristianismo. É um convite para contemplar Deus que é amor, que é família, que é comunhão e que nos criou “à sua imagem e semelhança” para nos fazer seres de comunhão. O individualismo apregoado no atual sistema é a negação de nossa origem divina e nos afasta da fonte. Gera a falta de sentido do viver e desencadeia a desesperança.  A “festa da divina comunhão” nos coloca no vigor da origem e nos possibilita divinizar-nos. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJT