3º Domingo do Advento – 15/12/2019

11/12/2019

Exultai, a libertação está próxima – Mt 11, 2-11 – A liturgia do terceiro domingo do Advento, o “domingo da alegria”, nos aproxima da celebração do Natal, a grande intervenção de Deus na história e acende novas esperanças em nossos corações. A Palavra de Deus nos afirma: “não vos inquieteis; alegrai-vos, pois a libertação está para chegar”. Observando o contexto literário do Evangelho de Mateus, podemos observar que, de Mt 4,1 até Mt 11,1,  o evangelista se deteve em apresentar o anúncio do “Reino”, presente nas palavras e nos gestos de Jesus. Em Mt 11,2  começa outra parte em que todo o interesse do evangelista é mostrar as atitudes que as diversas pessoas ou grupos vão assumir diante de Jesus (cf. Mt 11,2-12,50). A narração inicia com a pergunta dos enviados de João Batista, que está na prisão por ordem de Herodes Antipas, a quem o Batista havia criticado por seu mau procedimento. A grande questão é esta: Jesus é mesmo “o que está para vir”? A pergunta é bem concreta e parte da experiência de João. Ele anunciara e esperava um Messias que viesse lançar fogo à terra, castigar os maus e os pecadores, dar início ao “juízo de Deus” (cf. Mt 3,11-12). Pelo contrário, Jesus aproximou-Se dos pecadores, dos marginais, dos impuros, estendeu-lhes a mão, mostrou-lhes a misericórdia de Deus, ofereceu-lhes a salvação (cf. Mt 8-9). João e os seus discípulos estão desconcertados: Jesus será o Messias esperado, ou é preciso esperar um outro que venha atuar de uma forma mais decidida, mais lógica e mais justiceira? Literariamente, o texto divide-se em duas partes: Na primeira, Jesus responde à pergunta de João e mostra que Ele  age conforme os profetas anunciaram (vv.2-6). Na segunda, temos a apreciação que o próprio Jesus faz da figura e da ação profética de João (vv 7-11). Jesus tem consciência de ser o Messias. É o que aparece no conjunto de citações de Isaías que definem a ação do Messias, enviado de Deus: dar vida aos mortos (cf. Is 26,19), curar os surdos (cf. Is 29,18), dar vista aos cegos, curar os coxos (cf. Is 35,5-6), anunciar a Boa Nova aos pobres (cf. Is 61,1). Ora, se Jesus realizou estas obras (cf. Mt 8-9), é porque Ele é o Messias, o enviado por Deus para libertar os homens e para lhes trazer o “Reino”. A sua mensagem e os seus gestos contêm uma proposta libertadora que Deus faz aos homens. Na segunda parte, temos a declaração de Jesus sobre o Batista. João não é um pregador oportunista cuja mensagem segue a moda ou a mídia, nem um elegante convencido que vive no luxo.  João é um profeta, e mais do que um profeta. João é o precursor do Messias; é “Elias”, aquele que tinha de vir antes, a fim de preparar o caminho para o Messias (cf. Mal 3,23-24). Neste tempo de espera, somos convidados a aguardar a sua chegada, com a certeza de que Deus não nos abandonou, mas continua a vir ao nosso encontro e a oferecer-nos a salvação. A nós cabe seguir suas trilhas, realizando as obras próprias deste mundo novo que o Salvador realizou. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ