Solenidade do Batismo de Jesus – 11/01/2020

07/01/2020

O Filho amado do Pai – Mt 3,13-17 – Celebração do Batismo de Jesus  – O Evangelho deste domingo apresenta Jesus indo ao encontro de João Batista,  no rio Jordão, e lá foi batizado. Segundo os estudiosos, este relato foge do estilo das “narrativas da Infância”, textos que nos acompanharam no período natalino e que são uma catequese  especial sobre o mistério e a missão de Jesus, escrita em linguagem muito própria. O evento do Batismo de Jesus tem probabilidade histórica muito grande. João anunciava a proximidade do “juízo de Deus”. A sua mensagem estava centrada na urgência da conversão e incluía um rito de purificação pela água. Na perspectiva do Batista, as pessoas deviam arrepender-se e mudar de vida. Foi para chamar ao arrependimento que ele batizou na água. Recusar a conversão significava ser destruído pela cólera de Deus, como a palha queimada pelo fogo. O que é que Jesus tem a ver com isto? Que sentido faz, Ele apresentar-se a João para receber este “batismo” de purificação, de arrependimento e de perdão dos pecados?  O filho de Deus, o sem pecado, entra na fila dos pecadores, faz-se solidário e recebe o batismo. Nesta solidariedade de Jesus com os excluídos revela-se o projeto salvador de Deus, a divina misericórdia.  Ele é o Filho amado de Deus, que veio ao mundo enviado pelo Pai, com a missão de salvar e libertar a humanidade. Cumprindo o projeto do Pai, Ele fez-Se um de nós, partilhou a nossa fragilidade e humanidade, libertou-nos do egoísmo e do pecado, e empenhou-Se em promover-nos para que pudéssemos chegar à vida em plenitude. A passagem tem duas partes: o diálogo entre João e Jesus (vv. 14-15) e a revelação de Jesus como Filho de Deus (vv. 16-17). O diálogo entre João e Jesus (vv 14-15) explica porque é que Jesus vem ao encontro do Batista para ser batizado. Jesus apresenta-Se como “Filho”, que cumpre rigorosa e absolutamente a vontade do Pai. Ao receber o batismo de penitência e de perdão dos pecados, Jesus solidarizou-Se com o ser humano limitado e pecador, assumiu a sua condição, colocou-Se ao lado das pessoas para ajuda-las a sair dessa situação e percorrer com elas o caminho da libertação, o caminho da vida plena. Na segunda parte (vv. 16-17), temos a declaração da identidade de Jesus e da sua missão. Três elementos simbólicos muito expressivos são descritos: “os céus abertos”, o “Espírito que desce em forma de pomba” e a “voz do céu”. A abertura do céu significa a união da terra e do céu, ruptura ocorrida com o pecado.  A atividade de Jesus vai reconciliar o céu e a terra, vai refazer a comunhão entre Deus e os homens. O símbolo da pomba recolhe a imagem do Espírito de Deus que, no início, “pairava sobra as águas” (Gn 1,2). Certamente se trata de uma profissão de fé na nova criação que ocorre com a presença e ação de Jesus. A “voz do céu” é a voz do Pai que declara que Jesus é o Filho amado de Deus. Este filho amado vai cumprir sua missão sem triunfalismo, mas na obediência total ao Pai. A festa do Batismo de Jesus é, assim, uma convocação para revermos o nosso batismo e a nossa missão. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ