2º Domingo do Tempo Comum

14/01/2023

Eu vi o Espírito Santo – Jo 1,29-34 – Com este domingo iniciamos o assim chamado “Tempo Comum”, que segue até a quaresma, quando é interrompido pelo tempo da Quaresma e Páscoa, um tempo Litúrgico que nos leva a contemplarmos o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.

A liturgia deste domingo focaliza o tema da vocação, mas não como vocação pessoal, apenas individual. Deus tem um projeto para o mundo e chama pessoas para testemunhar e contribuir na construção deste projeto. Assim somos convidadas/os a situar também a nossa vocação dentro deste projeto maior.

  A primeira leitura apresenta-nos um personagem, o “Servo de Jahwéh”, a quem Deus elegeu desde o seio materno, para que fosse um sinal no mundo e levasse aos povos de toda a terra a Boa Nova do projeto libertador de Deus.

A segunda leitura apresenta-nos o “chamado” de Paulo para recordar aos cristãos da cidade grega de Corinto que todos eles são “chamados à santidade”, isto é, são chamados por Deus a viver realmente comprometidos com os valores do Reino.

O Evangelho, uma inserção do 4º Evangelho no ano A, que é o de Mateus, mostra a vocação de Jesus. Curiosamente não se trata da vocação de seus seguidores, como seria de se esperar. Jesus é o grande vocacionado do Pai. O Evangelista então procura mostrar quem é Jesus. Mas isto não é feito por afirmação direta, mas por meio do testemunho de João Batista que o apresenta com “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. É o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, o Filho de Deus que possui a plenitude do Espírito.

Ele veio para eliminar “o pecado do mundo”. A palavra “pecado” aparece, aqui, no singular: isto significa que não são todos os “pecados” da humanidade, mas um “pecado” único que oprime a humanidade inteira; esse “pecado” certamente tem a ver com a recusa da proposta de Deus, que quer vida para todos. Dai que “mundo” significa a humanidade que resiste à salvação e que recusa a luz/vida que Jesus lhe pretende oferece…. Na narrativa da paixão, mais tarde, segundo o mesmo evangelista, Jesus dirá que “seu reino não é deste mundo”. Há um mundo que rejeita a proposta do Reino.

Jesus recebeu a plenitude do Espírito e tem por missão batizar as pessoas no Espírito. Dizer que Jesus é o Filho de Deus é dizer que Ele é Deus, que se fez pessoa, que veio ao encontro da humanidade, que montou a sua tenda no meio de nós a fim de nos oferecer a plenitude da vida divina. A sua missão consiste em eliminar “o pecado” que nos torna o escravos/as e que nos impede de abrir o coração a Deus.

Em tempos atuais, um clamor sobe aos céus: que seja eliminado este grande pecado do mundo que se manifesta nas guerras, nas ideologias fascistas, na violência, em tantas formas de atentados à vida. Que vejamos o Espírito Santo confirmando a missão da Igreja, que o projeto de Deus assuma contornos visíveis em nossas famílias, em nossas sociedades, na politica e nos poderes constituídos. Haja paz dentro de teus muros e prosperidade dentro dos teus palácios” (Sl 122,7). Ir. Zenilda L. Petry