33º Domingo do Tempo Comum
“Tende cuidado: Não vos deixeis enganar” – Lc 21,5-19 – Já quase no final do ano litúrgico, a Liturgia nos convida a rever nossa história exercendo a esperançosa vigilância, conscientes que nossa vida é um constante caminhar ao encontro do Senhor e as tragédias que ocorrem não são a última palavra da história. A primeira leitura, do Profeta Malaquias, anuncia a vitória do bem sobre o mal: Deus não abandonou o seu povo em meio aos desastres e perversidades humanas; na hora oportuna, “nascerá o sol da justiça”! Na segunda Leitura, Paulo, em sua segunda carta aos cristãos de Tessalônica, convoca-os a viver empenhados e engajados na construção do Reino. Diríamos hoje: deixem sua “zona de conforto” e coloquem-se ativa participação. O Evangelho deste 33º domingo do Tempo Comum, tem como cenário Jerusalém, onde Jesus chegou depois da longa caminhada desde a Galileia, percurso este dedicado à formação de seus seguidores. Faltam poucos dias para sua condenação, prisão e morte de cruz. Mesmo em Jerusalém, Jesus continua realizando sua missão: pela manhã vai ao Templo e passa o dia ensinando. No final do dia segue para o Monte das Oliveiras e passa a noite em oração. Templo e Jardim, ensino e oração: pulmões do ser cristão. Nesses dias enfrenta, com vigor, as lideranças religiosas de Jerusalém. O relato de hoje começa com os comentários “de alguns” sobre a beleza e a riqueza do templo de Jerusalém. De fato, este Templo, iniciado por Herodes, o Grande, era de uma beleza esplendorosa. Na época de Jesus, as obras ainda não estavam concluídas. O material empregado era o que havia de melhor e mais luxuoso. Era o orgulho das elites judaicas. Jesus avisa que, um dia, toda essa construção desaparecerá. Os interlocutores pedem-lhe informações: “quando será isso”? A resposta de Jesus é uma longa instrução, conhecida como “discurso escatológico”, que tem como pano de fundo as profecias de Miquéias e de Jeremias, que denunciavam as injustiças cometidas no Templo e anunciavam a destruição deste “lugar sagrado”. Os que fazem a pergunta só querem saber “quando será”. A Jesus não interessa datas ou momentos históricos. Quer que seus seguidores estejam de prontidão para acolher a proposta de salvação que Ele traz. O grande anúncio é: irá começar um tempo novo, uma nova fase na história da Salvação. Para tanto é preciso estar preparado, porque este tempo novo será de muitos desafios, com o surgir de falsos messias e de vendedores de ilusões, com o intuito de assustar e desviar os cristãos: “Tende cuidado: Não vos deixeis enganar”. Este tempo será também um tempo de esperança, pois todas estas catástrofes são sinais da proximidade da libertação da humanidade que está sob o domínio do mal: o mundo de verdade, justiça e paz se concretizará! Os discípulos experimentarão perseguição, condenação, martírio; mas Deus os acompanhará, dando-lhes língua e sabedoria para que nenhum dos seus adversários possa resistir ou contradizer. “Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”. A consoladora notícia é que Deus permanece ao leme do barco onde a humanidade viaja, mesmo quando parece desabar tudo, como estamos acompanhando nestes dias. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ