34º Domingo Tempo Comum – Solenidade de Cristo Rei – 24-11-2019

22/11/2019

Um Rei diferente – Lc 23,35-43 – O Evangelho deste 34º Domingo do Tempo Comum situa-nos no final da “caminhada” terrena de Jesus. Estamos perante o último quadro de uma vida consumida ao serviço da construção do “Reino”. A Palavra de Deus, neste último domingo do ano litúrgico, convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus. Deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se exerce no amor, no serviço, no perdão, no dom da vida. As bases do “Reino” foram lançadas ao longo de sua trajetória. Agora Jesus é apresentado como “o Rei” desse “Reinado divino”. Mas a imagem descrita no cenário onde Ele é denominado de “rei dos judeus”, é um tanto irônica. Ele é apresentado crucificado, no meio de dois “malfeitores”, crucificados também. Os chefes dos judeus, os encarregados primordiais da construção do Reino de Deus, “zombavam de Jesus”.  Os soldados, primeiros responsáveis pela segurança e ordem, troçavam dos condenados, e o povo, o grande beneficiado da ação de Jesus, permanece silencioso. Por cima da cruz de Jesus, havia a grande inscrição: “este é o rei dos judeus”.  Seria uma indicação de zombaria. Ele não nasceu no palácio de Herodes e não está sentado num trono, mas pregado numa cruz. Não está rodeado de assessores e bajuladores, mas dos seus maiores opositores. Ele não exerce nenhuma poder, pois está pregado numa cruz, indefeso e condenado a uma morte infame. Não há qualquer sinal poder, de autoridade, de realeza terrena. Contudo, a inscrição da cruz descreve missão de Jesus: Ele é o “rei” que, a partir da cruz, preside o novo “Reino”, um reino  de serviço, de amor, de entrega, de dom da vida. O quadro é completado por uma cena bem significativa para entender o sentido da realeza de Jesus… Ao lado de Jesus estão dois “malfeitores”, crucificados como Ele. Enquanto um O insulta, como todos aqueles que recusam a proposta do “Reino”, o outro pede: “Jesus, lembra-Te de mim quando vieres com a tua realeza“. Conhecemos a resposta de Jesus: “hoje mesmo estarás comigo no paraíso“. O malfeitor, um condenado, reconhece a realeza de Jesus. E confia na qualidade desta realeza. “Lembra-te de mim”.  Vislumbra o triunfo da misericórdia e do amor. O “estar hoje no paraíso” não significa um tempo cronológico, mas revela que a salvação nasce da cruz. Na cruz manifesta-se plenamente a realeza de Jesus que é perdão, renovação da humanidade, vida plena; e essa realeza inclui a todos, mesmo os condenados que acolhem a salvação. A festa de Cristo Rei é a proclamação que a verdade e a justiça vencerão e que o amor e a misericórdia reinarão.  Um grande desafio à nossa fé nestes tempos onde outros reinos buscam  triunfos, crucificando todos os que acreditam num Reino de amor, de partilha, de serviço, de justiça e de paz. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ