19º Domingo do Tempo Comum

07/08/2025

“Felizes os servos que o senhor… encontrar vigilantes” – Lc 12, 32-48

No Brasil, neste domingo, celebramos o Dia dos Pais. Uma oportunidade para os filhos agradecerem a vida que receberam e para os Pais reassumirem a missão recebida. Liturgicamente, estamos no 19º domingo do Tempo Comum. O ano de 2025 parece avançar a passos largos e é urgente tomar consciência de nosso papel no projeto de Deus. Viver de braços cruzados, esperando o tempo passar, é negar o sentido da existência. O  apelo hoje é pela vigilância. Proclamar os valores do Reino torna-se cada dia mais urgente, visto que os sinais do anti reino se fazem sempre mais visíveis. O autor do livro da Sabedoria, na primeira Leitura, nos faz ver que a libertação da escravidão do Egito se deu numa noite de pesadelos, mas quem estava vigiante e seguiu os caminhos traçados por Deus, alcançou a libertação, passou a viver uma vida nova. No Evangelho continuamos acompanhando Jesus em seu caminho para Jerusalém, onde haverá o confronto final com as autoridades Judaicas que não acolheram a Boa Nova do Reino de Deus. Enquanto caminha, Jesus aproveita para preparar os discípulos, ensinando-os como funciona a lógica do Reino e lhes mostra que irão sofrer também o confronto. Como já vimos nos domingos anteriores, a viagem para Jerusalém não é apenas uma “viagem geográfica”, mas trata-se de uma “viagem espiritual”, na qual os discípulos vão se “despindo”de suas visões pessoais e vão se “revestindo” dos valores de Jesus e de seu Reino. No Evangelho deste domingo temos diversos assuntos como que colados um ao lado do outro. Certamente é uma montagem literária do evangelista Lucas que quer intensificar o ensino aos discípulos diante da proximidade de Jerusalém. São diversos ditos sapienciais, em estilo de parábolas. O texto inicia identificando os discípulos como “pequenino rebanho”. Trata-se, de fato, de um grupo frágil, insignificante, sem gente notável, aparentemente incapaz de trazer alguma mudança ao mundo. Mas é o grupo escolhido por Deus para revelar ao mundo os valores do reino, o grande tesouro divino. Como farão isto? Três pequenos quadros ou “parábolas” buscam esclarecer esta possibilidade. Trata-se de assumir a atitude permanente da “vigilância”. Tanto os servos que estão vigilantes na espera da volta do senhor e serão felizes porque o senhor os encontrou em prontidão, como o dono da casa que vive vigilante na defesa dos bens. O que importa é a vigilância, ou seja, a espera ativa, o engajamento contínuo. Entregar-se aos desmandos da vida porque o senhor tarda em voltar tem suas consequências sérias. Isto fica ainda mais evidente na resposta que Jesus dá a Pedro, em sua pergunta retórica: Senhor, é para nós que dizes esta parábola, ou também para todos os outros?” É um tanto difícil compreender o que segue no texto, mas parece que há uma crítica aos que, no tempo da Igreja, quando o Evangelho de Lucas foi escrito, receberam a missão de animar as comunidades, mas não se engajam na construção do reino, esperam passivamente a volta de Jesus, sem a atitude da espera ativa, da vigilância.  Isto fica confirmado no dito: “a quem muito foi dado, muito será exigido, a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá. Os que foram chamados a servir na animação das comunidades, têm responsabilidades especiais. Devem servir a todos sem arrogância, prepotência ou autoritarismo, numa atitude de serviço, como “peregrinos de esperança”. A missão dos seguidores de Jesus deve ser assumida com amor, compaixão, misericórdia. “Felizes os servos que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes”. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ