25º DOMINGO DO TEMPO COMUM

18/09/2025

“Os filhos deste mundo são mais espertos” Lc 16,1-13 – Neste 25º domingo do Tempo Comum voltamos ao Evangelho de Lucas, interrompido na Festa da Exaltação da Santa Cruz. Prosseguimos com Jesus em sua caminhada para Jerusalém e acompanhando as instruções que vão sendo dadas aos seus seguidores. Uma questão fundamental se coloca neste domingo: que valores vamos assumir para que nossa vida tenha sentido, para que alcancemos os valores duradouros do Reino de Deus? A primeira leitura nos vem do profeta Amós, um homem simples, encarnado na realidade das pessoas injustiçadas, especialmente os agricultores. Ele se dirige aos que exploravam o povo e denuncia duramente suas ações. Terão que da contas a Deus por “espezinhar os pobres”. Na segunda Leitura, na primeira carta a Timóteo, a grande proclamação é que todos somos irmãos. Devemos rezar uns pelos outros, ajudar-nos mutuamente. O sofrimento, a injustiça, a exploração afeta a todos. Daí a luta pela justiça e a fraternidade que a Palavra de Deus tanto insiste. O Evangelho deste dia exige uma atenção redobrada. Olhemos o texto mais de perto: Lucas não indica nem o lugar e nem as circunstâncias desta instrução. Informa apenas que se dirige aos discípulos e orienta sobre a maneira de lidar com os bens materiais. O texto, do ponto de vista literário, pode ser dividido em duas partes: a primeira é uma parábola e a segunda se constitui de diversos “ditos” sobre a riqueza. A parábola tem como pano de fundo uma prática comum da época. Um proprietário rico e um administrador dos bens. A figura do “administrador” era frequente. O proprietário entregava seus bens a um administrador que cuidava de tudo e tinha autoridade até para fechar negócios em nome do seu senhor. Lendo o texto, a parábola apresenta  o administrador envolvido em fraudes, em má administração, em desvios de bens de seu senhor.  Sabe que será demitido, mas busca sua segurança futura entre os devedores do seu senhor. Não estava acostumado a trabalhar e nem se imaginava pedindo esmolas. O que iria fazer? Segundo diversos estudiosos, para compreender esta parábola precisa considerar as leis e costumes na Palestina. O administrador atuava em nome e em lugar do seu senhor, mas não recebia remuneração. O seu “pagamento” ficava a cargo dos devedores, que entregavam uma parte da dívida ao administrador, que recebia como um espécie de “comissão”. Mas parábola deixa no ar diversas interrogações: Como justificar o procedimento deste administrador, que assegura o seu futuro à custa dos bens do seu senhor? Por que é que o senhor, prejudicado nos seus interesses, não tem uma palavra de reprovação ao inteirar-se do prejuízo recebido, mas chega até a manifestar admiração pela astúcia do administrador? Como pode Jesus dar como exemplo aos discípulos a duvidosa “administração” deste senhor? Por detrás de tudo, estaria a indicação de que o administrador reduziu a dívida dos parceiros, trocando seu lucro, sua “comissão”, por outros valores: amizade, gratidão, reconhecimento, segurança. Assim se compreenderia a conclusão de Jesus que convida os discípulos administrarem os bens materiais como “os filhos deste mundo sabem fazer””. Com sabedoria, astúcia, mas não em proveito pessoal e sim para obter os valores duradouros do Reino de Deus. No relato seguem alguns “ditos” sobre o uso dos “bens materiais”. Um grande desafio para os seguidores de Jesus, de ontem e de hoje. Que a Palavra de Deus nos ajude a bem administrar os bens. “A esperança não decepciona”! Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ