Saboreando a Palavra

O Senhor Jesus… sentou-se à direita de Deus – Mc 16,15-20

Festa da Ascensão do Senhor! A Liturgia do ano B coloca diante de nós, neste domingo, a conclusão do Evangelho de Marcos. Segundo pesquisas da exegese, trata-se de uma acréscimo ao texto original. Se olharmos, porém, a primeira frase do 2º Evangelho e esta conclusão, veremos logo que se trata de uma proclamação teológica da maior grandeza. Pode ser uma chave de ouro do Evangelho de Marcos que afirma que este escrito é um “Evangelho” e que Jesus é realmente o “Filho de Deus”. Como se pode ver, o escrito inicia dizendo: “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (1,1) e conclui ordenando: “vão pelo mundo todo e proclamem o Evangelho a toda criatura” (16,15). A pessoa de Jesus, seus gestos e suas palavras, constituem a “boa nova”, o “Evangelho”, o “acontecimento” que leva à Salvação.

A seguir o texto narra que “Jesus foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus”. Sentar-se à direita significa assumir poder igual, é a confirmação de que Jesus Cristo é Filho de Deus, entrou na plenitude da vida, conforme Marcos iniciara seu escrito.

Para bem celebrarmos a festa da Ascensão de Jesus, convém superar uma visão apenas histórico-literária. Ver a Ascenção como um fato histórico ocorrido na forma do relato. É preciso mergulhar no sentido teológico desta narrativa e desta celebração: Jesus, após percorrer sua trajetória humana, realizar a missão confiada pelo Pai, entra na plenitude divina. E nos deixa o recado de que, se quisermos alcançar esta plenitude, o caminho é ser discípulo-missionário, ou seja, seguir Jesus e anuncia-lo por todo o mundo. Nosso destino será também a plenitude, a “ascensão” e o “sentar-se à direita do Pai”.

Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ