Saboreando a Palavra
A compaixão por quem sofre – Mc 6,30-34 – 16º TC – 18/07/2015
Sem dúvida, se pode afirmar que Jesus é o “profeta da compaixão”. A compaixão era sua maneira de ver a vida e as pessoas.
O evangelista Marcos narra um episódio muito humano e com certa dose de humor ocorrido com Jesus e seus discípulos, junto ao mar da Galileia. Após o envio missionário, com as orientações dadas, texto lido no domingo anterior, eles retornam para junto de Jesus, alegres e realizados, e contam tudo o que haviam feito e ensinado. Uma cena de vida comunitária invejável! Jesus percebe o cansaço deles e os convida ao descanso. “Eram muitos os que iam e vinham e nem tinham tempo para comer”. Um cuidado atencioso, fruto da sensibilidade de quem vive a “graça do cuidado”. Jesus e os seus partem de barco para um lugar solitário. Se é para ir descansar, pode-se supor que foram fazer uma pescaria, rir, conversar, talvez contar coisas engraçadas, beber algum vinho junto com peixe assado, fruto da pescaria do dia.
O surpreendente da narrativa é que o povo os viu partir e chegou antes deles no outro lado do mar. As pessoas fizeram uma boa caminhada a pé. Ao desembarcar, “Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se dela porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas”. O evangelista Marcos volta a dizer que Jesus “ensina”, sem nunca dizer o conteúdo deste ensinamento. A narrativa que segue revela, na prática, o que Jesus ensina: o projeto de partilha (cf.Mc 6,35-44).
Voltemos à compaixão de Jesus pela multidão. O descanso é um direito das pessoas, mas o cuidado e a compaixão pelos que sofrem é prioridade. Cuidar dos descuidados é a missão primeira do seguidor, da seguidora de Jesus. Isto, para nós Irmãs Franciscanas de São José, soa de maneira muito próxima: Os pobres têm preferência (Madre Alphonsa).
Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ
No comments