Saboreando a Palavra

28/08/2018

A quem iremos Senhor? – Evangelho de João 6,60-69 –
Não poucos cristãos hoje são habitados por resistências aos ensinamentos de Jesus. As exigências propostas por Ele aos seus discípulos parecem excessivas. O 4º Evangelho, escrito por volta do ano 100 de nossa era, revela os desafios vividos pelos seguidores de Jesus. A comunidade joanina estava ameaçada pelas perseguições do império romano e dos judaizantes, como também por tendências filosóficas que relativizavam a realidade da encarnação e o mandamento do amor como projeto de vida.
Logo no início do Evangelho, discípulos são convidados a seguir o “cordeiro de Deus”, símbolo da total doação, alimento, pão (cf Jo 1,36). Este seguimento inclui a relação de intimidade com Jesus: “Onde moras? Vinde e vede, foram, viram e ficaram com ele (cf. Jo. 1,39). Experiência fundante do seguimento!
Seguir Jesus “cordeiro de Deus”, que se faz alimento, se faz proposta de vida, é “linguagem muito dura” (v.60). Origina-se forte crise no grupo dos discípulos. Muitos abandonam. O programa exposto por Jesus, suas opções e ações, fazer-se também “cordeiro”, provoca em muitos, rejeição decidida. Jesus pergunta aos “Doze”, qual a sua opção. Parece que está disposto a ficar só antes de renunciar o projeto do Pai.
A reação de Pedro é emblemática: Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos e reconhecemos que tu és o Consagrado, o Santo de Deus (Jo 6,67-69). Pedro é porta voz dos Doze e de todas as pessoas cuja opção de vida é a do seguimento de Jesus, numa forma radical. Aqui situa-se a Vida Religiosa Consagrada, pessoas seguidoras do Cordeiro de Deus, cuja proposta de vida é a entrega, sem reservas, e que continuam a proclamar: a quem iremos Senhor? Só tu tens palavras de Vida eterna. Uma proclamação a “despertar o mundo”, conforme apelo do Papa Francisco.
Ano da Vida Religiosa Consagrada
Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ

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