Saboreando a Palavra

28/08/2018

Vimos e viemos – Mt 2, 1-12 – Festa da Epifania, festa da “manifestação”, da revelação da divindade na humanidade de um menino. O texto desta festa não é uma reportagem da visita de três reis magos. Eles não eram reis e nem sabemos quantos seriam. A narrativa é uma catequese para apresentar Jesus como Salvador de toda a humanidade: judeus e não Judeus, ou seja, gentios. Para fazer esta bela catequese, num contexto em que a comunidade cristã era de maioria provinda do judaísmo e que resistia aceitar a entrada dos gentios na comunidade, Mateus nos brinda com esta narrativa que é uma verdadeira obra de arte. “Magos”, não reis, que são estrangeiros, vem do oriente, lugar onde o sol nasce, e vão em busca da Luz da Salvação de Deus. “Viram sua estrela e vieram”. A estrela não é um astro raro no céu, mas é Jesus, a luz que ilumina. Para nos ajudar a melhor compreender a catequese de Mateus, olhemos mais de perto os personagens presentes nesta narrativa.

Os Magos: ”Vimos a sua estrela no Oriente, e viemos adorá-lo”. Deixam tudo… Não desistem perante o cansaço da longa viagem… Não desanimam quando a estrela desaparece quando cometem o equívoco de procurar o “rei dos Judeus” no palácio de Herodes. No palácio de Herodes e nos demais palácios não há estrela. Perseveram até o fim e acabam encontrando o que procuram. Não vão de mãos vazias… Oferecem o que têm de melhor… Os magos representam toda a humanidade que se põe a caminho de Jerusalém para encontrar a Luz.

Os Doutores da Lei: Souberam indicar muito bem o caminho aos magos, mas não foram a Belém… Não viram a estrela, não leram os sinais… só leram os livros que outros escreveram.

Herodes: Ambicioso, violento, tinha o poder em suas mãos… mas uma criança deixa “Herodes e toda Jerusalém perturbados”. Planejam logo a morte do Menino.

Nesta festa da epifania, na grande manifestação do Senhor, podemos nos perguntar: Com quem nos identificamos? Com os Magos que reconhecem a Luz do Mundo e retornam “por outro caminho” após o encontro com Jesus? Com os sacerdotes e escribas, que tem conhecimento teórico, mas ficam indiferentes frente ao novo e não se põem na busca? Com Herodes que procura apagar essa Luz?
Para “encontrar o menino e sua mãe”, necessário se faz seguir a estrela que brilha nas periferias geográficas e existenciais. O resultado deste encontro é a volta “por outro caminho”. Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ

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