Saboreando a Palavra

28/08/2018

“O profeta rejeitado em sua casa” – Lc 4,21-30 – No 3º Domingo do Tempo Comum a Liturgia nos colocou em contato com o Evangelho de Lucas que nos trouxe o objetivo do Evangelho (1,1-4) e o programa de vida de Jesus (4,14-20). Neste 4º domingo a Liturgia nos traz a reação dos seus frente a este programa. “Jesus foi para Nazaré onde havia sido criado” (Lc 4,16). Nazaré era um pequeno povoado onde todos se conheciam. Lá, na infância, Jesus terá brincado com os meninos da vizinhança, os seus viram-no crescer e tornar-se adulto, lá todos conheciam seu jeito e suas particularidades. Terão ficados perplexos quando este seu vizinho, tão conhecido foi para Cafarnaum, começou a fazer coisas diferentes e “sua fama se espalhou” (4,14). A curiosidade terá crescido ainda mais quando, no culto da Sinagoga, este parente famoso levantou-se para fazer a leitura. Terá feito a leitura com muita unção e convicção e todos ficaram admirados. Até aqui tudo dentro do esperado. Ouvir uma leitura, feita de maneira convincente, gera admiração. E foi um texto bem escolhido!!! Sentou-se e trouxe o texto para o HOJE da vida. Então começou o desacerto. Esperavam certamente que fizesse algo que gerasse ibope, que colocasse em evidência os parentes, que desse mais visibilidade à aldeia de Nazaré. Mas Jesus segue por outro caminho. Convoca ao engajamento pessoal, a assumir o mesmo projeto de vida. Atualizar o texto, colocá-lo no HOJE da vida, gera desconforto imediato. Os seus o conhecem muito bem: “é o filho de José”. É, certamente, um conhecimento superficial e então rejeitam o programa de vida de Jesus, sua missão de profeta da misericórdia. Cuidar dos pobres, dos cativos, dos cegos não estava no horizonte de seus conterrâneos. Mas Jesus não faz concessões, não abandona sua missão de profeta. Quiseram precipitá-lo, mas ele “passou por meio deles e se retirou”. Nazaré ficou sem o profeta Jesus. Nazaré perdeu a oportunidade de abrir-se às surpresas de Deus e de seu Reino. Assim como hoje em que setores da Igreja, da VR e de Congregações ficam sem seus profetas, perdem a oportunidade de receber a alegre notícia de Deus “fazendo coisas novas”. Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ

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