Saboreando a Palavra

28/08/2018

“Eu conheço as minhas ovelhas” – Jo 10,27-30 – O quarto domingo da Páscoa é o domingo do Bom Pastor e também o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Olhemos, porém, mais de perto o texto do Evangelho que a Liturgia deste domingo nos oferece. Neste ano temos um texto breve, que está em continuidade ao grande discurso do Bom Pastor de Jo 10,1-21, no qual Jesus, ainda que não apareça diretamente, critica os maus pastores do povo. A cena é tensa e conflitiva. Jesus está andando pelo recinto do Templo e em conflito com as lideranças religiosas. As autoridades dos judeus o abordam com tom ameaçador (Jo 10,24.31). Jesus não se intimida e reprova abertamente seu modo de ser e de agir e os acusa de não crerem: “vocês não acreditam em mim porque não são minhas ovelhas”. Para provar que não são suas ovelhas, Jesus se põe a explicar o que significa ser dos seus. Sublinha dois traços essenciais: “Minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem”. Escutar e seguir: dois traços essenciais dos discípulos de Jesus, traços estes que as autoridades dos Judeus não possuem. As lideranças religiosas serão identificadas como mercenários, ladrões, assaltantes. O discurso do Bom Pastor, lido de forma descontextualizada, perde toda a sua força profética e messiânica. Podemos ainda destacar duas atitudes importantes nesta catequese do Evangelho de João. São as atitudes do Pastor e as atitudes das ovelhas. 1) Atitudes do Pastor: As do Pastor, presentes no texto, podem ser assim identificadas: a) Ele “DÁ A VIDA pelas ovelhas”; b) Ele CONHECE: ”Eu conheço as minhas ovelhas…”; c) Ele CUIDA delas: ”Jamais se perderão, ninguém vai arrancá-las de minhas mãos”. 2. A Atitude das OVELHAS: As atitudes necessárias das ovelhas podem também ser elencadas como: a) Elas ESCUTAM; b) elas CONHECEM; c) elas SEGUEM. Jesus não impõe nada, não força ninguém. Chama cada pessoa “por seu nome”. Para ele não há “massa”, rebanho inteiro. Cada um, cada uma tem nome e rosto próprios. Cada um e cada uma deve escutar sua voz sem confundi-la com a de estranhos, que não passam de “ladrões”, que roubam do povo luz e esperança. O decisivo é isto: não escutar vozes estranhas, fugir de mensagens que não vêm do Bom Pastor da Galileia. “Segue-me” é a primeira e a última palavra de Jesus a Pedro. Certamente será a primeira e a última palavra de Jesus para cada uma, cada um de nós. Daí que se faz necessário sempre mais despertar a capacidade de escutar Jesus. Este é o grande sentido do dia mundial de orações pelas vocações. Ir. Zenilda Luzia Petry. IFSJ.

No comments

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *