Festa da Sagrada Família

25/12/2020

Meus olhos viram a salvação” –  Lc 2,22-40 – Festa da Sagrada Família – Celebrar  a  “Festa da Sagrada Família” no contexto das celebrações natalinas e neste último domingo do ano de 2020 é uma excelente oportunidade para repensar a missão da família no atual momento histórico. Vivemos um ano em que muitas famílias viveram mais “confinadas”, tiveram experiências nunca antes vividas. Muitas famílias cresceram nas suas relações mútuas; outras se cansaram do convívio, outras sofreram perdas não esperadas. Pandemia, desastres naturais (como o de Presidente Getúlio SC), doenças mais agudas, marcaram as vidas de muitas famílias neste ano de 2020. Olhemos para o Evangelho desta festa de hoje para iluminar nossas vidas. José e Maria levam o Menino Jesus ao templo, oferecendo-o ao Pai. Como toda a oferta implica renúncia, esta apresentação do Senhor é já o começo do mistério do sofrimento redentor de Jesus, que atingirá o seu ponto culminante no Calvário. Maria e José já iniciam sua colaboração na obra da Redenção. Podemos observar que o “Evangelho da Infância” de Jesus, segundo Lucas, tem o seu ponto alto no Templo, símbolo da presença do divino no mundo. Foi aí que Zacarias ouviu o anúncio do nascimento do “precursor”; foi aí que o Menino foi apresentado a Deus, revelado a Simeão e a Ana; foi daí que regressou a Nazaré onde “cresceu em sabedoria e graça”. Em Jerusalém, com a chegada da família de Nazaré, transborda a alegria dos pobres. Seus representantes são Simeão e Ana, que profetizam a respeito do recém-nascido, portador de esperança para o povo que sofre. A razão da apresentação de Jesus no templo é a lei judaica, segundo a qual os primogênitos são sagrados e, por isso, devem ser apresentados a Deus. Também se fazia necessário a purificação da mãe. José e Maria são pessoas plenamente integradas na vida religiosa, social e política de seu tempo. Mas o rito realizado não foi exatamente igual aos dos outros fiéis. Nos ritos comuns, eram os pais que apresentavam os filhos a Deus em sinal de oferta e de pertença; neste rito é Deus que apresenta o seu Filho ao mundo. Esta apresentação é feita pelo velho Simeão e pela profetisa Ana. Simeão apresenta-O ao mundo como salvação para todos os povos: será luz para todas as nações: “Meus olhos viram a salvação”. Também anuncia o caminho pelo qual se dará esta salvação: ‘sinal de contradição”  e “uma espada transpassará tua alma”; como Aquele que revelará os pensamentos dos corações. A profetisa Ana, inserida nas práticas religiosas do templo, põe-se a louvar a Deus e falar do menino a todos os que esperavam a libertação. Na celebração da Eucaristia neste dia celebramos a alegria própria deste tempo do Natal e renovamos nossa esperança de que “nossos olhos vejam a salvação”, tendo presentes as tantas famílias atingidas pelo sofrimento deixado pela pandemia ao longo deste ano. Que a Sagrada Família de Nazaré seja inspiração para superar todos os sofrimentos, exemplo de criatividade e de obediência na defesa da vida de todos os ameaçados de morte pelo “Herodes-COVID”.  E que todas as famílias se esforçam para viver em harmonia, cultivando o amor, a paz, o cuidado e o respeito entre todos. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ