Fundadora

Home » Fundadora

irma2Madre Alphonsa Kuborn nasceu a 10 de março e 1830, em Mertert, Grão Ducado de Luxemburgo. Viveu sua infância e juventude com o coração voltado aos pobres e sofredores. Era dada às obras de caridade, ao estudo e à vida interior, destacando-se de suas colegas da mesma idade. Aos 23 anos atendeu ao apelo do Senhor, “filha deixa a casa do teu pai…” ingressou na Vida Religiosa, se fez Irmã Elisabetina. Seu coração e toda a sua vida era movida pela compaixão e pelo ardente amor a Jesus Cristo Pobre e Crucificado. Como Religiosa Consagrada, dedicou sua vida aos doentes, pobres e necessitados. Em 1867, desejosa de ser fiel às inspirações do Senhor, aceitou o desafio de deixar a Congregação das Irmãs Elisabetinas e assumiu a missão de orientar e conduzir na Vida Religiosa, cinco moças que desejavam servir o Senhor em um outro modo de vida. Surgiu assim a Congregação das Irmãs da Misericórdia da Terceira Ordem de São Francisco de Assis, hoje, Irmãs Franciscanas de São José.

Madre Alphonsa Kuborn - Conheça mais...
Origem

Madre Alphonsa Kuborn era filha de Johann Kuborn e Elisabeth Englig. Era a 9ª filha entre 12 irmãos. Recebeu no batismo o nome de Elisabeth. Faleceu aos 6 de setembro de 1897, em Valkenburg, Holanda.

A família de Madre Alphonsa era da comuna de Mertert, cidade no leste do Luxemburgo, na fronteira com a Alemanha, pertencente ao distrito de Grevenmacher. A comuna de Mertert é composta pelas cidades de Mertert e Wasserbillig. Mertert tem um porto fluvial no rio Mosela, o maior de Luxemburgo. O Centro administrativo da comuna ficava em Wasserbillig e, por 28 anos, o pai de Madre Alphonsa foi prefeito da comuna de Mertert. Assim a jovem cresceu na comunidade da aldeia onde a família tinha influência e liderança.

Era característica da família Kuborn olhar para além das fronteiras da própria aldeia. Assim foi seu avô e assim foi seu pai. Mais tarde também seus irmãos e ela mesma demonstraram ter um olhar para além das fronteiras. Sua família era muito religiosa e engajada na Igreja e na sociedade, o que certamente facilitou aos filhos a opção para a Vida Religiosa. Dois de seus irmãos, Mathias e Franz, tornaram-se sacerdote. Três filhos de outro seu irmão, Johann também seguiram o caminho do serviço sacerdotal. Havia na família incentivo ao estudo e para funções de responsabilidade.

Dificuldades

Mesmo tendo a experiência de uma ambiente favorável na família, nossa fundadora, em sua infância, passou por diversas experiências dolorosas, como, por exemplo, a revolução Belga, de 1830-1839, que reduziu o território de Luxemburgo em mais da metade. Junto com toda a população da época, a família de Madre Alphonsa sofreu as conseqüências dos problemas políticos e econômicos. Esses fatos certamente terão aberto os olhos da menina Elisabeth à dor alheia. Cresceu num ambiente inserido em sua realidade e propício às obras de caridade. Ao longo de sua vida se revelou sempre muito sensível e generosa, cheia de cuidado e amabilidade com o próximo e suas necessidades.

Colégio Santa Sofia

Dos 12 aos 20 anos, a jovem Elizabet morou e estudou no internato Sainte Sophie, em Luxemburgo, das Irmãs de Notre Dame. Além do estudo acadêmico, aperfeiçoou-se nas qualidades ditas femininas e domésticas.

Desde este tempo supõe-se que tenha sido muito fervorosa em sua vida espiritual. A nossa congregação possui um livreto de orações em francês, de uso pessoal de nossa fundadora. Presume-se que algumas destas tenham sido criadas por ela. São orações de amor a Deus e aspiração por fazer a sua vontade.

Irmãs Elizabetinas

Depois desse tempo, voltou à casa paterna. Aos 23 anos, em 1853, Elizabet decidiu ingressar no convento das Irmãs de Santa Isabel, de Luxemburgo, as Elizabetinas. As Irmãs de Notre Dame, onde ficara por 8 anos, dedicavam-se ao serviço educacional. Como nossa fundadora tinha grande sensibilidade para ajudar os pobres e necessitados e dedicava grande parte do seu tempo às obras de caridade, encontrou, certamente, nas Irmãs Hospitalares de Santa Isabel da Ordem Terceira de São Francisco o que melhor correspondia aos apelos de sua alma. Fez o noviciado em 1855, quando recebeu o nome de Alphonsa. Fez sua Profissão Religiosa em 1858.

O cuidado dos doentes

Em 1865, a jovem Irmã foi enviada para o serviço de enfermagem no Hospital Estadual de Arlon, na Bélgica. Uma grande epidemia da cólera morbus acometeu o povo da época, em especial a localidade de Messancy. Irmã Alphonsa foi enviada para atender as vítimas. Em cada família havia pessoas infectadas por esta epidemia. Durante 4 meses, dedicou-se abnegadamente a esta missão, arriscando a própria vida. Este fato marcou sua vida e sua história, bem como a história de nossa Congregação. Em 1866 recebeu uma medalha de reconhecimento do prefeito de Messancy. Esta medalha é carinhosamente conservada por nós Irmãs que hoje somos herdeiras da nova Congregação que ela fundou depois.

Novos apelos

irma3Em Schweich/ Alemanha, havia cinco senhoras que pretendiam viver vida consagrada na espiritualidade franciscana. Buscava-se uma Religiosa que pudesse orientá-las. Por indicação de seu Irmão Pe. Mathias Kuborn, o bispo convidou a jovem Irmã Alphonsa para ser orientadora destas cinco senhoras. Em discernimento com a então Superiora Geral das Irmãs Elizabetinas, recebeu a autorização de ir e ouviu um conselho materno: vai e se não for esta a vontade de Deus, volte logo. O espírito franciscano sempre esteve presente no coração da Fundadora, principalmente, em relação à pobreza, humildade e amor a Deus e ao próximo. Orienta as cinco senhoras no espírito destes valores convicções e virtudes da Vida Religiosa Consagrada Franciscana. Aos poucos, algumas do grupo já se dedicavam ao cuidado de doentes na casa que ficou, conhecida como “Sommergasse” em cuja obra investiram seus próprios bens.

Como a casa era muito pequena surgiu a ideia da construção de um hospital. Desta iniciativa nasceu o Hospital de Schweich. Elas ficaram conhecidas pela população como “as Irmãs do Hospital”.

Nova Fundação

A pedido do Pe. Jacok Becker, o grupo das senhoras, junto com Ir. Alphonsa, ingressou oficialmente na Ordem Terceira de São Francisco e recebeu autorização para existir como Associação Religiosa autônoma. Crescia sempre mais o envolvimento de Ir. Alphonsa com a nova missão. Assim, aos 5 de outubro de 1867 ela se despediu definitivamente da Congregação a qual pertencia e assumiu ser mestra e orientadora da entidade nascente. No dia 28 de outubro de 1867 receberam o hábito religioso, com a presença e bênção do Bispo diocesano, dos Padres Jacok Becke e Mathias Kuborn, irmão da Madre Alphonsa, e outros sacerdotes e religiosos da Diocese de Trier. Assim, 28 de outubro de 1867 é tido como o dia oficial da fundação da Congregação, então denominada de Irmãs da Misericórdia da Terceira Ordem de São Francisco de Assis.

“A mãe de Schweich”

Em Schweich/Alemanha, cidade berço da Congregação, nossa fundadora ficou conhecida pelo seu espírito empreendedor e qualidades de administração na construção e funcionamento do Hospital. Porém, o que honra sua lembrança lá, não é o fato de ter sido reconhecida pela sua competência administrativa, mas sim, pela excelência de sua caridade, pois foi chamada “a mãe de Schweich”..

Itinerância

Diversas circunstâncias fizeram com que Ir. Alphonsa, junto com um grupo das primeiras Irmãs, deixasse Schweich e saíssem em busca de um novo lugar para garantir a continuidade da jovem congregação. Por sugestão do Bispo de Trier, as Irmãs itineraram para a Holanda, onde a Congregação se instalou, cresceu e se expandiu. Nossa Fundadora, qual mãe generosa, tornou-se também a “mãe das Irmãs” a Madre Alphonsa, até sua partida para a casa do Pai, fato que ocorreu no dia 06 de setembro de 1897.

No final da vida, Madre Alphonsa chegou a dizer: “Minhas filhas, se está no desígnio de Deus que minha morte seja para o seu bem, aceito-a com alegria! Se Ele, no entanto, quiser que continue Sua Obra entre vocês, o farei alegremente. Depois de tão longa convivência, é dura a separação. Faça-se, porém, a vontade de Deus.”.

Traços da Fundadora

irmaMadre Alphonsa tinha uma habilidade incrível de lidar e superar as adversidades. Transformou experiências negativas em aprendizado e oportunidade de mudança. Isto ela repassava às Irmãs. Muitas vezes foi envolvida por maledicências, calúnias e viu sua obra ameaçada. Quando julgou necessário, abriu processo contra o que sabia ser injusto. Tinha firmeza de propósito, firmeza esta que brotava de sua vida de oração. Enfrentou os problemas com justa flexibilidade, mantendo a sua integridade. Cuidou também de não culpar os outros pelos seus erros.

Uma marca forte de sua personalidade provinha do seu ser religioso, talhado para ser irmã. Gostava de estar com suas irmãs e as chamava de ‘minhas filhas’. De sua vida de oração e amor pela Eucaristia ela hauria forças para o cumprimento de sua missão. Conta-se que um dia uma noviça testemunhou um enlevo de contemplação da Madre. Viu que recaía sobre ela uma luz celestial, pois pela hora do ocorrido a luz natural não podia estar no quarto da Madre. Na verdade, ela irradiava uma autoridade Religiosa admirável! Sua postura e amor pela Vida Religiosa lhe conferiam um porte digno, honrado e humilde em todo seu ser e agir.

Em seu olhar voltado para o pobre e o necessitado, vê-se a realização do anseio de sua alma. Durante toda existência atuou como um anjo de misericórdia, de ternura materna, sempre cheia de solicitude cristã. Em seu abraço cabiam todas as criaturas e sempre se antecipou onde a rejeição poderia excluir alguém. Tinha um coração sempre pronto para amar, principalmente, os mais fracos e abandonados. Por isso, na congregação é especialmente considerada a escultura, posta em sua sepultura, conhecida hoje como “Abraço às diferenças”. É uma obra feita sobre ela em 1943, pelo Dr. Sprenkel, da Holanda. Esta escultura diz bem qual foi a missão de Madre Alphonsa: o exercício assíduo e ininterrupto da Misericórdia! É o que cada uma de suas filhas busca viver e ser: Difundir no universo o Deus da Misericórdia.