Santos Inspiradores

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A Congregação, desde suas origens, traz em seu tesouro espiritual figuras de Santos e Santas que inspiram a vida e a missão da Congregação. Como Irmãs Franciscanas, cultivamos especial devoção à Virgem Maria, a Mãe da Misericórdia, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. São Francisco e Santa Clara ocupam lugar privilegiado em nossa espiritualidade e identidade. Santa Isabel da Hungria, padroeira da Terceira Ordem Franciscana, é modelo de serviço de Misericórdia, carisma da Congregação. São José é o especial patrono da Congregação, o pai providente a quem Madre Alphonsa designou como o cuidador da obra por ela iniciada.

Nossos Santos Inspiradores
Maria, Mãe da Misericórdia

santosA Igreja venera, com grande a devoção, Maria, a Mãe de Jesus. Desde os tempos mais antigos os cristãos se dirigiam à Mãe de Jesus em suas necessidades, porque ela é a Mãe Misericórdia, a Mãe do Perpétuo Socorro.

Dos títulos de Maria é de ser ela a Mãe da Misericórdia. Ela conhece a fundo o mistério da misericórdia divina. Proclamou esta misericórdia à entrada da casa de sua prima Isabel: “Sua misericórdia se estende de geração em geração”. Conhece o seu preço e sabe o quanto ele é elevado. Por isso é chamada de ‘Mãe da Misericórdia’, ‘Nossa Senhora da Misericórdia’ ou ‘Mãe da Divina Misericórdia’. Sempre que rezamos a oração da Salve Rainha, saudamos a Mãe da Misericórdia.E em cada um deste títulos há um profundo significado teológico. Maria é também a pessoa que, de modo particular e excepcional, como ninguém mais, experimentou a misericórdia e tornou possível, com o sacrifício do coração, a própria participação na revelação da misericórdia divina.

Ao longo da História, a devoção à ‘Mãe da Misericórdia’ era refletida e aprofundada por teólogos e celebrada em muitas Igrejas. Existem também muitos santuários onde Maria é venerada como Mãe da Misericórdia. A partir do século XIV a devoção à Maria se divulga, através das peregrinações aos santuários marianos. Nos séculos XVI e XVIII é caracterizada pela mentalidade: “Maria, nunca conseguiremos venerar suficientemente”.

Santo Afonso de Ligório (1787) afirmava que todas as graças nos advém de Maria e motivava para uma eterna confiança em sua intercessão. Em seu comentário sobre a Salve Rainha escreve: “Se Deus se zanga por um pecador, Maria o defende e assim ela impede que ele seja castigado e o ajuda a se tornar bem- aventurado”. Em seu trabalho pastoral divulga a devoção à Maria, sobretudo como Mãe da Misericórdia.

E os Evangelhos o que nos dizem? Com a anunciação do Anjo a Maria (cf. Lc 1,26-38) foi aberta a Aliança. Todo o plano da salvação dependeu dessa resposta de Maria . E é neste momento do Sim da Encarnação, que Maria se revela como Mãe da Misericórdia. Maria é aquela que “acreditou” (Lc 1,45) . Pela radicalidade de sua Fé se doa totalmente a Deus, e pela sua virgindade se coloca toda disponível “serva do Senhor” (Lc 1,38). Pela sua Fé acolhe ser Mãe do Filho de Deus que se fez homem e aceitou sua missão redentora, estendendo seu amor materno a seu Filho e por Ele a toda a humanidade. No seu caminho de Fé olhava Jesus, o Messias “que veio não para ser servido mas para servir” e em seu coração crescia o amor para com os homens pelos quais o Filho veio dar a vida (cf Mc 10,45).

Como humilde serva do Senhor disse o seu “Sim”. Seu Filho se chamaria Jesus que significa Salvador. Não sabia o signi¬ficado profundo deste nome, mas estava disposta, misericordiosa¬mente, a salvar a humanidade através de seu Filho. Pela Fé, Maria compreende sua vocação de ser associada ao servo de Deus e dos homens. No Sim de Maria é proclamada a oração básica de Jesus: “Eis – me aqui, eu vim, ó Deus, cumprir a tua vontade” (Hb 10,7). Assim se cumpre a oração da disponibilidade.

E o Evangelho de João, o que nos diz sobre Maria? João desenvolve uma reflexão nova sobre a Igreja como comunidade dos amigos de Jesus (cf. Jo 15,14s) e, naturalmente, fala de Maria de forma mais profunda. Qual é o lugar de Maria na missão de Jesus? Maria aparece duas vezes no Evangelho de João:

– quando Jesus realiza o seu primeiro sinal nas Bodas de Caná, ao inaugurar sua missão pública (Jo 2,1-11).
– ao pé da cruz, no final de sua missão neste mundo.

Com isto João quer nos mostrar que Maria tem um lugar todo especial na missão de Jesus.

a) Bodas de Caná – Jo 2,1-11. Se na anunciação a Aliança foi aberta, em Caná é celebrada.

Caná é o início da revelação. Percebemos o sinal como resposta de Jesus ao pedido de sua mãe. O texto nos mostra Maria no atendimento às pessoas, disposta a ajudar em todas as necessidades materiais. Vemos, ao mesmo tempo, como ela, no seu papel profético e na sua grande visão, vai além das necessidades da vida diária.

O convite de casamento a Jesus e seus discípulos foi possivelmente um gesto de cortesia e de amizade com Maria, ali presente com sua preocupação amiga. A chegada de uma multidão de amigos é motivo de alegria, mas é também uma preocupação, porque o vinho acabou. Maria chama a atenção de Jesus para esta situação. Como humilde serva do Senhor, não tenta dizer a Jesus o que ele deve fazer, mas dirige sua palavra aos serventes: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5). O modesto e confiante pedido de Maria, dá ocasião ao primeiro e grande milagre de Jesus. É interessante notar que, neste contexto, Jesus não diz “mãe”, mas “mulher”. Jesus diz: “Minha hora ainda não chegou” (Jo 2, 4). A hora a qual Jesus faz referência não é a hora do relógio, mas a hora em que Ele vai mostrar ser o comunicador do Pai. Isto se completa na sua morte e ressurreição.

O presente acontecimento, por maior que seja, deve ser visto à luz da hora decisiva de Jesus, na qual realiza a Nova Aliança em seu sangue e acolhe como sua noiva a humanidade inteira resgatada para sempre; é uma hora que nós celebramos na Eucaristia, durante a qual o vinho é transformado no sangue de Jesus. O próprio Jesus é o noivo, é o vinho novo da nossa vida.

Este relato nos mostra Maria como a mãe da comunidade cristã estimula os servidores e amigos de Jesus a realizarem sua vontade. Maria, a Mulher atenta às necessidade das pessoas, pede ao seu Filho. Este gesto de Maria, sua bondade, caridade, sua capacidade de interceder junto ao seu filho, o povo interpreta como alguém disposta a ajudar.

Na hora solene de Caná e no momento ainda mais solene da Cruz, Maria é mais do que uma mãe individual.

b) Maria aos pés da Cruz – Jo 19,25-27. Se na anunciação a Aliança foi aberta, em Caná celebrada, no Calvário é selada.

A hora messiânica de Jesus, já celebrada em Caná onde Jesus manifestou a sua glória, alcança agora o seu apogeu. Existe uma estreita ligação entre o Fiat’ da Anunciação e o Fiat’ do Calvário. O primeiro, dá existência ao Verbo e à primeira comunidade messiânica. O `Fiat’ do Calvário, através do aparente fracasso, leva ao nascimento do povo de Deus. Aos pés da Cruz, no Calvário, a obediência de fé de Maria chega à mais profunda obscuridade e ao mais sublime heroísmo. Aceita ser Mãe de todos os homens: “Mulher, eis o teu filho, eis a tua mãe” (Jo 19,26-27). Maria está ao pé da cruz para confortar o seu filho na hora suprema do sacrifício. É a hora em que se cumpre também a profecia de Simeão: “Uma espada te transpassará a alma” (Lc 2,35). É esta a hora que Jesus faz referência durante as Bodas de Caná.

Maria ao pé da cruz está pronta para acolher a última palavra do filho, pronta a fazer aquilo que Ele disser, abrindo seu futuro de Mãe da Igreja. O anjo lhe havia dito que seu filho “será grande” (Lc 1,32) e que seu reino não terá fim (Lc 1,33). Maria, porém, vê ali um condenado como malfeitor e se torna mãe da Igreja.

A Irmã Franciscana de São José é convidada a olhar para Maria, a Mãe da Misericórdia, como modelo de sua vida consagrada. Os Evangelhos nos mostram Maria como a primeira discípula cristã. Através do seu gesto de aceitação obediente e entusiasmada, inicia um longo trajeto de peregrinação na fé. É convidada ainda, a reler a vida e orações de Madre Alphonsa.: “Sê minha protetora, conselheira e valia. Olha como as ondas se erguem, como a morte e perdição me cercam! ó, defende-me da tempestade ameaçadora. Ó socorre-me na aflição”!

São Francisco de Assis

santos2Como cristão, aceita a mensagem do Evangelho com seriedade e, muitas vezes, até literalmente. Frente a uma Igreja fria e secularizada, de uma sociedade que procura riquezas e poder, ele torna-se pobre. Usando poucas palavras, sem pretender causar sensação ou protesto, nem mesmo condenando a Igreja que está tão longe do Evangelho que ele proclama. Pelo contrário, fica com a Igreja e nela faz sua morada por causa de Cristo e do espírito que nela se encontra.

Não sabemos se Francisco intuiu o amor materno que está compreendido na raiz da palavra misericórdia, na língua hebraica e aramaica: Deus como Aquele que sustenta, que nos carrega, Ventre de Misericórdia. Considerando, porém, o teor da sua Carta a um Ministro podemos deduzir que na sua atitude de misericórdia residia um profundo sentimento de terna compaixão por todas as criaturas.

Vejamos alguns textos:
– E o Senhor mesmo me conduziu entre eles e eu tive misericórdia com eles (Test 26,2).
– E depois que o Senhor me deu irmãos ninguém me mostrou o que eu deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia viver segundo a forma do Santo Evangelho. E eu o fiz escrever com poucas palavras e de modo simples e o Senhor Papa mo confirmou. E os que vinham para abraçar este gênero de vida distribuíam aos pobres o que acaso possuíam (Te,st 26, 1416).
– Onde há misericórdia e prudência não há prodigalidade nem dureza de coração (Adm 27,6).
– E nisto reconhecerei que amas realmente o Senhor e a mim, servo dele e teu, se fizeres o seguinte: não haja irmão no mundo, mesmo que tenha pecado a não poder mais, que, após ver os teus olhos, se sinta talvez obrigado a sair de tua presença sem obter misericórdia se misericórdia buscou. E se não buscar misericórdia, pergunta-lhe se não na quer receber (ct M 11, 5-6).
– Porque sem misericórdia será julgado quem não faz misericórdia. (Tg 2, 13: 4 Ct b 5, 29)
– E manifeste e pratique para com os seus irmãos tal misericórdia como gostaria que lhe fosse feita se ele próprio estivesse em idêntica situação ( 4 Ct. b 8, 43).

São Francisco permanece atual. A carta ao Frei Leão mostra-nos seu maternal coração. Como no seu tempo, hoje se reconhece as forças femininas na pessoa.

Três anos Francisco rezou nas Igrejas diante dos crucifixos até a imagem do Crucificado e do Leproso se fundirem. Ele conheceu o problema do poder e da incapacidade. Primeiramente quis ser negociante, depois cavaleiro, mas finalmente abraça o leproso. Este salto de qualidade na vida de Francisco fez toda a diferença. O Cristo pobre no irmão desfalecido.

No tempo de Madre Alphonsa e de suas primeiras companheiras, bem como ao longo da história da Congregação, As Irmãs não se dedicaram muito ao estudo dos escritos de São Francisco. Mas a história mortra que se tentou viver conforme o seu exemplo e seu espírito: auscultando Deus, atento ao necessitado e aos apelos da Igreja. As Irmãs dedicaram-se a serviços de caridade e hospitalidade sem perguntar o por quê ou qual vantagem que traria. Atualmente conhecemos muito da vida e dos escritos de Francisco, mas precisamos voltar ao sonho de Assis.

Hoje, se fala muito em realização pessoal, fidelidade a si mesma. Vivemos numa outra era, com espírito próprio. Há 800 anos Francisco já chamava a terra de mãe, se encantava com o sol, a lua, a água, o fogo, os animais e as plantas como se fossem seus irmãos e irmãs. Era o proclamador da fraternidade universal. E não foi uma atitude romântica, mas uma opção livre pelo Evangelho.

Resta-nos pedir insistentemente: Ó glorioso Deus Altíssimo, iluminai as trevas do meu coração, concedei-me uma fé verdadeira, uma esperança firme e um amor perfeito. Dai-me, senhor, o reto sentir e conhecer, a fim de que possa cumprir o sagrado encargo que na verdade acabais de dar-me. Amém.

Na verdade, São Francisco esperava tudo da misericórdia de Deus.

Santa Clara de Assis

santos3Clara nos aparece como uma mulher convicta daquilo que quer, tão entusiasmada por seu ideal que nada e ninguém consegue desviá-la do seu plano. Mostrou isso já aos 18 anos quando, durante a noite, fugiu da casa paterna para seguir Francisco.

Seus pais não quiseram dar-lhe licença, o que não é de estranhar, se nos lembrarmos que, naquele tempo, não se falava ainda de Santa Clara e de um São Francisco.

Esta sua atitude permaneceu, no decorrer dos anos, no confronto com diversos papas: não se deixou perturbar por seus cuidadosos empenhos, e permaneceu corajosa e paciente e ao mesmo tempo amável até alcançar, ponto por ponto, suas intenções.

Esta mulher, que sabia o que queria era, ao mesmo tempo, muito feminina e toda amabilidade. Pode-se deduzir isto do cuidado dela por suas irmãs, da compreensão pelas suas fraquezas e limites e também da amabilidade de suas cartas.

Podemos dizer, com tranqüilidade, que Clara foi uma mulher misericordiosa. Podemos perceber isto quando ainda morava na casa paterna. Em sua biografia lemos que ela se desfazia de coisas gostosas e secretamente, as levava para os pobres órfãos. Na juventude já desenvolveu a misericórdia e deu provas de possuir um coração sensível que se compadece dos que sofrem.

A sua regra também contém muitos textos que testemunham seu amor misericordioso. A respeito do jejum rigoroso diz que se deve dar de comer com misericórdia às jovens e fracas Irmãs e àquelas que precisam trabalhar muito fora do convento conforme o julgamento da abadessa.”

A abadessa e as Irmãs devem tratar misericordiosamente as Irmãs doentes, estas têm diversos privilégios e devem receber o que precisam, tanto corporal como espiritualmente. Também aquelas que falham devem ser tratadas com misericórdia. Zangar ou exaltar-se sobre aquelas que falham faz impedir o amor em si mesma e nas outras. Penitências devem ser dadas com misericórdia.”

Diz-se ainda de Clara que ninguém, após bater na portaria, precisou sair sem ter recebido consolação. As Irmãs podiam achegar-se a ela a qualquer hora e ela as tratava com muita caridade. Os testemunhos no processo de canonização dão muitos exemplos disso.

A fonte dessa misericórdia Clara encontrou em Deus mesmo que ela, nos seus escritos, chama de Pai da Misericórdia a Quem deve tudo. Na sua bênção e na primeira carta a Inês, Clara fala da misericórdia de Jesus Cristo, motivo pelo qual ela pede favores e bênçãos para as suas Irmãs.

Clara nos ensina que tudo que temos devemos ao Pai da Misericórdia, principalmente a nossa vocação. Não é por nosso mérito que recebemos todos esses dons do Pai. Se os dons são maiores temos também obrigações especiais perante Deus.

Que Clara nos ensine a ser misericordiosas conosco mesmas e com os outros para assim alcançarmos a misericórdia de Jesus Cristo Nosso Senhor.

Santa Isabel

santos4No ano de 1207, enquanto em Assis começa a se desenvolver a plantinha do ideal de pobreza Franciscana, na Alemanha surge também um rebento desta plantinha nova imbuída deste mesmo ideal.

Filha de Reis, Isabel não só vendeu vestidos e jóias para amenizar o sofrimento de pobres e necessitados, mas fez-se pobre como eles para os servir. Para uns conhecida como Isabel da Hungria, para outros como Isabel da Turíngia, nasceu em Sárospatak na Hungria, a segunda filha do Rei André II e sua esposa Gertrudes a quem deram o nome de Isabel.

Aos quatro anos de idade a princesinha é trazida em grande cortejo para a Turíngia, a fim de ser educada dentro das normas e costumes deste Condado, pois fora prometida em casamento ao filho do Conde Hermann I. Aos quatorze anos realiza-se com grande pompa o casa¬mento de Isabel com Ludwig IV, da Turíngia, que havia assumido o poder depois da morte de seu pai. O jovem casal viveu um matrimônio feliz durante seis anos e teve três filhos: Hermann, Sophie e Gertrud que nasceu depois da morte do pai.

Durante estes anos de seu reinado, Isabel se dedicou, ao lado de sua família, aos necessitados da redondeza. Ela mesma descia a pé do castelo para servir os pobres e atender aos doentes. Sobretudo, durante um período de fome nos anos 1225/1226, ela abriu os arsenais de reserva da corte para saciar a fome dos po¬bres. Esta atitude, tão contrária aos costumes da corte, desagradou a muitos, mas Isabel contava com o apoio de seu marido. Na subida do morro sobre o qual se encontra o castelo da família, Isabel fez construir um pequeno hospital no qual ela mesma atendia aos doen¬tes e alimentava os pobres.

Foi nesta época que chegaram na região os primeiros franciscanos, de cujo ideal de pobreza Isabel já havia tomado conhe¬cimento e pelo qual se sentia atraída.

Em 1227 seu amado esposo Ludwig IV parte com uma cruzada em defesa da Terra Santa e vem a falecer, vítima de uma epide¬mia, ainda na Itália, o que deixa Isabel extremamente abalada.

Após a morte do marido, não suportando mais a pressão que lhe fazem na corte por causa do seu estilo de vida, Isabel abandona o castelo acompanhada de seus filhos e suas duas fiéis servas: Guda e Isentrud. Com a indenização de viúva que recebe, manda construir um hospital em Marburg dando-lhe o nome de Hospital São Fran¬cisco. Provavelmente a primeira casa dedicada a São Francisco na Alemanha.

Na sexta feira santa do ano 1229 faz na igreja dos franciscanos o voto de renúncia a tudo o que é mundano e se reveste do vestido cinza dos penitentes, tornando-se Franciscana da Ordem Terceira. Com ela passam a fazer parte da Comunidade de Irmãs do Hospital, suas companheiras Guda e Isentrud, como também Irmingard e Hildegund.

No Hospital São Francisco, Isabel se dedica com zelo extra¬ordinário ao cuidado dos doentes e pobres, levando uma vida auste¬ra de penitência e oração. No dia l7 de novembro de 1231 entrega sua vida definitivamente nas mãos do Pai e é canonizada pelo Papa Gregório IX quatro anos mais tarde no Dia 27 de maio de 1235. A vida de Santa Isabel é impregnada do modo de ser de Deus que se aniquila e assume a condição de escravo (F1 2,7); uma mística que ela traduz em obras de misericórdia.

Santa Isabel impressionou com sua curta mas dramática exis¬tência não só seus contemporâneos. Seu exemplo e caridade cristã perdurou através dos séculos até nossos dias. Ainda hoje cristãos, tanto católicos como evangélicos, veneram esta mulher jovem que, em sua caminhada, desceu do auge do triunfo até a mais extrema pobreza; que amou e foi amada apaixonadamente e conheceu a mais profunda solidão. Seu jeito humano de ser, que brotava de sua força interior, fez dela uma “santa”. Ninguém conseguiu quebrar a força do amor que a sustentava. Um dia ela disse à Irmingard, uma de suas companheiras: “Nossa vida é como a erva que cresce num rio. Quando a correnteza aumentava ela se inclina e a água passa por cima sem que ela seja quebrada. Quando porém as ondas diminuem ela se reergue e se desenvolve serena com toda a sua força e com toda a sua beleza.”

Isabel se tornou uma santa extraordinária porque soube unir o ideal de esposa e mãe, de princesa e viúva, impulsionada por sua força interior, com seu outro ideal de pobreza e penitência, de fraternidade e doação de si. Sua profunda união com Deus e sua grande liberdade interior lhe possibilitaram viver assim de maneira tão radical seu projeto de vida apesar de todas as vicissitudes exteriores.

Desde sua morte até hoje inúmeras igrejas, capelas, conven¬tos, hospitais e asilos foram dedicados à sua proteção. Mas, mais do que a construção de igrejas e hospitais, em todas as gerações houve pessoas que encontraram em seu exemplo um modelo de vida. Para poder se dedicar inteiramente ao serviço de necessitados, a exemplo de Santa Isabel, mulheres fundaram congregações religiosas ou a elas se agregaram.

Hoje, encontramos Elisabetinas em várias con¬gregações, com nomes diversos, com tradições diferentes, espalha¬das em muitos países, como também inúmeras instituições e pessoas leigas, tendo todas em comum o objetivo de seguir o ideal de Santa Isabel em sua doação e serviço aos mais necessitados.

A devoção à Santa Isabel em nossa Congregação não pro¬vém só do fato de ela ser a padroeira da Ordem Terceira de São Francisco. Em nossa Congregação esta devoção tem uma raiz mais profunda: Madre Alphonsa recebe em seu batismo o nome de Elisabeth.

Aos vinte e três anos de idade a jovem Elisabeth ingressa na Congregação das Irmãs Hospitalares de Santa Isabel, pois havia decidido dedicar sua vida a obras de caridade e esta Congregação foi fundada com o objetivo de servir aos doentes em hospitais a exemplo de Santa Isabel. Sabemos do empenho com que madre Alphonsa se dedicou ao serviço dos doentes. Ao fundar nossa Congregação, em Schweich, Madre Alphonsa constrói em primeiro lugar um hospital e serve aos pobres, doentes e abandonados com inteira dedicação.

São José

São José 4A fundadora da Congregação sempre teve uma especial devoção à São José. Assim se tornou patrono, protetor, guardar e defensor da Congregação.

São José é para nós um pai exemplar. Homem do silencio, modelo de dedicação. Em seu coração guarda a grandeza do mistério de Deus. Dele aprendemos o respeito e a obediência à vontade do Pai.

Nas horas de maiores necessidades, nossa fundadora Madre Alphonsa invocava São José que, qual pai cuidadoso e providente, jamais deixou que lhe faltasse o seu auxilio. A invocação a São José faz parte de nossa tradição e nosso modo de ser.

Nas dificuldades: “Ide a São José!”, é o que costumamos dizer, como nossas irmãs antecessoras nos ensinaram.

De José, devemos aprender o mesmo cuidado e responsabilidade: amar o Menino e sua mãe; amar os Sacramentos e a caridade; amar a Igreja e os pobres. Cada uma destas realidades é sempre o Menino e sua mãe.

Só nos resta implorar, de São José, a graça das graças:

Salve, guardião do Redentor e esposo da Virgem Maria! A vós, Deus confiou o seu Filho; em vós, Maria depositou a sua confiança; convosco, Cristo tornou-Se homem.

Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós e guiai-nos no caminho da vida. Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem, e  defendei-nos de todo o mal. Amém.