Saboreando a Palavra

28/08/2018

“Para tempos difíceis”– Lc 21,5-19 – No Evangelho deste 33º domingo do TC temos um texto em linguagem escatológica. Lucas escreveu o evangelho uns 50 anos depois da morte de Jesus. Durante esse tempo, aconteceram fatos terríveis: guerras, revoluções, a destruição do Templo de Jerusalém, perseguição dos cristãos por parte dos judeus e dos romanos. Para muitos eram sinais do fim do mundo. Também hoje vivemos tempos difíceis. Fala-se de uma eminente 3ª guerra mundial e há sinais deste perigo. O Evangelho inicia narrando que alguns falavam da beleza do templo e das pedras preciosas. Observam o que aparece externamente. No Brasil e no mundo ocorrem fatos semelhantes: fala-se de que, com a retirada da Presidente Dilma do poder, o Brasil retomou seu caminho de crescimento. Oculta-se as consequências desastrosas da política adotada, do ódio gerado. Nos EEUU elegeram seu novo presidente, um magnata que, segundo o que se divulgou até agora, uma ameaça para o mundo com seu discurso de ódio e preconceitos. Uma verdadeira tragédia para os migrantes, os refugiados, os pobres, as mulheres. Mas proclama-se a vitória de um projeto de “bem-estar para o cidadão norte-americano”. Há muitos outros sinais da proximidade de um conflito mundial: crise econômica e o aumento da desigualdade social, a crescente onda de refugiados por causa da pobreza e das guerras provocadas pela dominação dos países ricos, gerando aversão e ódio, o crescimento de partidos políticos de extrema direita, catástrofes ambientais, corrida armamentista, tudo são ingredientes para uma situação explosiva, de proporções mundiais. Também hoje, sofremos a tentação de pensarmos em termos de “fim do mundo”, ou de entrarmos num estado de perplexidade e confusão. Mais do que nunca, temos que buscar em Jesus, luz e força de que precisamos para ler e viver este momento de maneira lúcida e responsável. Lucas, com palavras do próprio Mestre, indica duas atitudes: a) Não se deixar enganar por falsos profetas; b) Não perder a esperança, Deus está conosco. Não se deixar enganar ou se alienar, pois somos chamados ao realismo. Jesus nunca disse que seu caminho seria fácil. E nos alerta para não se deixar enganar por triunfalismos. Nada de ingenuidade diante da realidade crucial na qual se vive. A orientação de Jesus é a de que nos concentremos no essencial, assumamos nossa responsabilidade e na hora do confronto, ele nos dará “palavras e sabedoria”. A nós cabe a paciência, a resistência, o testemunho de fé e esperança. Ele nos garante: ”Coragem, LEVANTAI A CABEÇA, porque se aproxima a libertação”. Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ

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