Saboreando a Palavra

28/08/2018

Mt 22,15-21 – A questão da Imagem
“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,21), foi a resposta que Jesus deu aos fariseus que queriam surpreendê-lo numa armadilha: “pagar ou não o imposto a César”. Se dissesse sim, o acusariam de cúmplice do império romano; se dissesse não, seria considerado subversivo.
A resposta que Jesus deu já serviu para múltiplas interpretações e justificativas, especialmente para afirmar que Política e Religião devem ficar separadas. Há porém uma possível leitura que lança outras luzes sobre o texto. Trata-se da imagem esculpida na moeda. O povo judeu acreditava ter sido criado “a imagem e semelhança de Deus”. Na narrativa, os fariseus trazem no bolso a “imagem” de César, não do Deus criador. Aliás, havia a proibição de esculpir imagens (Ex 20,4) e os senhores da religião traziam no bolso a imagem esculpida de César. Negam sua origem e afirmam que a imagem com a qual se identificam é César. Fizeram a opção por outro senhor.
Jesus e os discípulos não trazem nenhuma moeda no bolso e seu senhor não é Cesar. São pobres, vivem e professam sua fé num Deus pobre e que se identifica com os pobres. Esta é a verdadeira imagem a ser trazida no bolso. Então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus, ou seja, sejam coerentes, fieis à escolha que fizeram.
Cultivar a imagem de um Deus misericordioso gera atitudes misericordiosas.
Ir. Zenilda Luzia Petry