Saboreando a Palavra

28/08/2018

“O Reino é um tesouro” – Mt 13,44-52 – O Evangelho deste domingo é a conclusão do discurso de Jesus em parábolas sobre o Reino, com as últimas três: o Tesouro, a Pérola e a Rede. Temos aqui duas pequenas parábolas, a do tesouro e da pérola, de conteúdo muito precioso. Jesus está falando do “Reino dos Céus”. A descoberta desse tesouro e dessa pérola provoca, em quem os encontrou, três atitudes: renúncia, urgência e alegria. 1. “Renúncia” a tudo que possui para adquiri-los. 2. “Urgência” na decisão a ser tomada, pois se trata de coisas muito cobiçadas. 3. “Alegria” muito grande pelo bem encontrado, pois isto não ocorre tão facilmente. Para melhor situar a possível repercussão de tais parábolas na vida dos ouvintes, consideremos que a comunidade de Mateus era constituída de gente perseguida, excluída, expulsa da religião oficial dos judeus e explorada pelo reino do império romano. Perceber o valor e a importância do Reino e que eles, os excluídos, tem acesso a este reinado, é uma alegre e entusiasmante boa nova. Na busca do Reino de Deus, vale a pena arriscar, deixar tudo para se comprometer totalmente com ele. Os versículos 44 a 46 são muito semelhantes. Tesouro e pérola valem muito, mas não são coisas de grandiosas aparências. Tratam da grandeza do Reino em contraste com a pequenez do objeto. O texto não fala se a pessoa que encontrou o tesouro era rica ou pobre. Parece até não possuir muitos bens, pois vai vender tudo o que tem. Achar um tesouro desestabiliza e transforma a vida, leva a fazer coisas novas, arriscadas, dispendiosas. Quanto ao comerciante que “procura pérolas finas”, também nada se informa sobre quem seria ele. Apenas que é um “comerciante”. Uma coisa é certa: o reino de Deus precisa ser buscado, procurado. A procura do comerciante o leva a achar “uma pérola de grande valor”. Como na descoberta do tesouro (v.44), esta descoberta transforma toda a sua vida diária normal e promete um modo diferente de vida. A pérola é tão valiosa que vale a pena fazer coisas novas, arriscadas e dispendiosas para possuí-la. O comerciante faz absolutamente tudo. Há ainda uma 3a parábola, na qual Jesus nos dá mais algumas pistas sobre o Reino: “é como uma rede lançada ao mar” (13,47-50). À semelhança da parábola do joio e do trigo (13,24-30), a parábola trata da presença do bem e do mal, da justiça e da injustiça na história humana, conflito este que terá sua última palavra no fim dos tempos (vv.49-50). Daí a importância de fazer escolhas adequadas, inspiradas no ser e agir de Jesus. E Jesus conclui o Discurso com um breve diálogo com os discípulos, no qual afirma que o verdadeiro discípulo é aquele que descobre o Tesouro do Reino e se compromete com ele. Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ