Saboreando a Palavra

28/08/2018

Amar é o único caminho – Jo 15,9-17- O Evangelho do 6º Domingo da Páscoa nos situa no coração do projeto de Jesus para a vida do mundo. Amar é o único caminho a percorrer: O evangelista João põe nos lábios de Jesus um longo discurso de despedida após a ceia, quando lavou os pés de seus discípulos. Resume, com intensidade especial, traços do caminho a ser percorrido por quem é discípulo de Jesus, ontem e hoje. São as últimas recomendações aos seus ”amigos”, antes de partir. “Permanecei no meu amor” é a principal insistência de Jesus . Não se trata de pertencer a esta ou aquela religião, a esta ou aquela Igreja ou comunidade, a esta ou aquela congregação, a este ou aquele movimento eclesial. Trata-se de viver no amor com que Jesus nos ama, o amor que Ele recebe do Pai. “Permanecer no amor” não é algo doutrinal ou teórico. Consiste em “guardar seus mandamentos” que Jesus tão sabiamente proclama: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Este mandamento não visa o cumprimento de leis e normas, mas quer ser fonte de alegria: “Digo-vos isto para que minha alegria esteja em vós e vossa alegria seja completa”. Quanta revelação nesta afirmação! Jesus se declara alguém cheio de alegria, uma alegria difusiva, que se estende aos seus discípulos. É oportuníssimo a insistência do papa Francisco em nos convocar à alegria do Evangelho, em sua Exortação Apostólica sobre o Evangelho da Alegria. Resgata para nós a fonte da verdadeira vida. A alegria é fruto do verdadeiro amor, único caminho da vida plena. Este amor se manifesta em três dimensões: o amor do Pai por seu Filho Jesus Cristo; o amor de Jesus Cristo pelos homens e mulheres e o amor das pessoas entre si. ”Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Amai-vos uns aos outros…” Os discípulos são ”amigos” de Jesus. “Já não vos chamo servos, mas amigos…”. Amigo é muito mais do que um servo. É um confidente com o qual se estabelece comunhão de vida, de planos e ideais… Mas a iniciativa desta amizade é de Jesus e não se alcança por méritos pessoais: ”Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi”. Os ”amigos de Jesus” devem amar COMO ele amou. Amar como ele é tornar visível, em nós, o amor de Deus… Uma grande convocação para os tempos atuais, onde, a cada instante, novas forma de ódio e intolerância se manifestam ou são incentivadas. O Brasil, país no qual a maioria se confessa ”cristã”, vive uma situação de “ateísmo prático”, pois o amor vai sendo banido das relações e ódio vai se “naturalizando” como caminho. O único caminho de vida plena é o AMOR. Que o Espírito de Jesus desça sobre a nação brasileira e possamos retomar o caminho da Paz e da justiça. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ