Saboreando a Palavra

28/08/2018

Pentecostes – O Cuidado da Vida: Jo 20,19-23
Festa de Pentecostes, festa do início da Igreja, festa do Espírito, sopro da vida nova. Pentecostes era uma festa judaica, a festa das colheitas. A Igreja primitiva, especialmente Lucas, viu nesta festa a “nova grande colheita” da comunidade cristã. São João colocou o dom do Espírito Santo no dia da Páscoa. A preocupação dos evangelistas não era escrever uma crônica histórica, mas uma catequese sobre o Mistério Pascal e sobre a Igreja. Daí que a Festa de Pentecostes precisa ser lida e celebrada em chave teológica.
Espírito Santo tem a ver com sopro, com ar, com respiração. Sua primeira atuação na história, segundo a Sagrada História, ocorre na criação, tanto do cosmos quanto do homem feito de barro. Sobre o caos primordial, um sopro divino gerava vida, ordem, harmonia. O homem feito de barro só se tornou um ser vivente quando lhe foi doado o sopro da vida, a divina Ruah. No Exílio, os ossos secos de Ez 37, voltaram à vida quando, dos quatro cantos da terra, veio o sopro divino. No limiar do 2º Testamento, Maria gera nova vida por fecundidade do Espírito.
No Evangelho de João, os diversos sinais como ”anoitecer”, ”portas fechadas”, ”medo”, revelam a experiência de desamparo, desorientação e insegurança. Jesus aparece ”no meio deles” e lhes deseja a ”Paz”. ”Soprou” sobre eles e falou: ”Recebei o ESPÍRITO SANTO”. O Espírito é esse ”sopro” que gera e cuida da vida, e faz vencer o medo. Para João, a Igreja é uma Comunidade construída ao redor de Jesus e animada pelo Espírito, que a torna viva e ”recriada”. Pentecostes é assim o coroamento de toda a obra criada.
Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ

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