Saboreando a Palavra

28/08/2018

Minha carne para a salvação do mundo – Jo 6,41-51 (19º TC)
“Eu sou o pão descido do céu” afirma Jesus. Os ouvintes diziam: “Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos”? Este era e continua sendo o grande problema atual. Quem é Jesus de Nazaré? É ele o Messias esperado? Seria um Deus camuflado? Um humano diferente? O evangelho deste domingo, um texto um tanto difícil uma vez que é extraído do grande discurso do pão da vida, nos oferece pistas bem concretas: Jesus se revela plenamente humano e o único que salva a humanidade, esta humanidade tão movida por uma lógica que nos afasta da vida, uma lógica que levou a humanidade a desumanizar-se. Jesus, inserido na história de seu tempo, tem pai e mãe que são bem conhecidos, mas sua missão transcende a mentalidade materialista dos seus ouvintes. Quem crê num humano como Ele, terá a vida eterna. Daí que Jesus de Nazaré é o “pão da vida”. Sua missão foi nos ensinar a sermos “humanos”. Não é fácil ser humano. “Ninguém pode vir a mim se o Pai não o atrair”. Não se trata de ser “santos”, de viver uma vida no “sobrenatural”. Trata-se de viver concretamente segundo a atração do Pai, “segundo o que foi ensinado por Deus” (Is 54,13).
E Jesus confirma dizendo: “todo aquele que ouviu o Pai e foi por ele instruído vem a mim… e em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida”. Quem crê naquele conhecido em seu povoado, o filho de José, com mãe e irmãos, esse terá a vida. Este foi o desafio para os judeus no tempo de Jesus. Este é o desafio que hoje vivemos. Crer que Deus se revela na realidade concreta, na pessoa cuja origem e história conhecemos. Uma mística um tanto barata, alienada, espiritualista, nos afasta da bela criação do Pai: os seres humanos, a “carne” (a humanidade) “que salva o mundo”.
Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ

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