Saboreando a Palavra

28/08/2018

Quem é o maior? Mc 9,30-37 – 25º TC
No Evangelho da Liturgia deste domingo, Jesus continua percorrendo o caminho do processo formativo dos discípulos e faz um novo anúncio do que o aguardava. Este segundo anúncio da paixão é um tanto diferente do 1º e do 3º. Neste ele não diz de que tipo de morte vai morrer, apenas fala do “Filho do Homem” que “será entregue aos homens que o matarão”.
Jesus atravessa a Galileia e não quer que ninguém saiba onde está. Em privacidade, instrui os seus discípulos. Apesar dos ensinamentos especiais, os discípulos não compreendem as palavras de Jesus e tem medo de perguntar detalhes. Revelam não ter clareza de quem é Jesus, que fala claramente, mas não o compreendem. Marcos mostra o que está por traz desta incompreensão: Jesus propõe uma comunidade de iguais, e os discípulos, influenciados pela cultura do poder que dá prestígio social e faz dos demais subalternos, especulam entre si sobre quem deles terá a primazia, a liderança, os principais cargos na hierarquia. Quem deles será o maior. A discussão do grupo pelo caminho afeta a relação de igualdade e de amor recíproco que Jesus insiste em implantar. Então “Jesus se senta” (v.35). Tal gesto designa a ação característica de um “mestre”, que se coloca para ensinar algo muito importante. “Quem quiser ser o primeiro, seja o último e o servo de todos”. E, num gesto simbólico-pedagógico, chama uma criança e coloca-a no meio dos discípulos. A criança, desconsiderada pela cultura da época, torna-se o símbolo da grande instrução: o amor de Jesus às crianças, expresso o gesto de acolhimento, mostra a postura que deve existir na comunidade dos discípulos e das discípulas. Quem quiser ser o maior, seja o menor e se coloque à serviço dos outros. Uma inversão total, também de nossa cultura atual.
Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ

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