Saboreando a Palavra

28/08/2018

”A desordem da ordem” – Mt 5,1-12 – Neste dia 1º de novembro de 2015 estamos celebrando a festa de todos os santos. Quem são os santos? Muitas vezes os santos são vistos como pessoas que só fizeram o bem na vida e que por meio deles se alcançam graças ou milagres. Santidade não é uma realidade conseguida apenas no passado por umas pessoas privilegiadas, vivendo longe do mundo. Santidade é a participação na vida de Deus. Santidade não é fruto do esforço humano, que procura alcançar Deus com suas forças. Ela é Dom do Amor de Deus e Resposta do homem à iniciativa de Deus.
Mas pensar em santidade, nesta nossa época, parece ser uma “desordem na ordem” estabelecida pela mentalidade de nosso tempo. O Evangelho que a Liturgia nos oferece neste domingo é uma “desordem na ordem” oficial da época de Jesus. Basta uma simples leitura para ver que a proposta de Jesus está na contramão de tudo o que a religião e sociedade, tanto do tempo de Jesus como de hoje afirmam.
A religião judaica de então, centrada na teologia da retribuição, afirmava que riqueza, poder, prazer, aplausos eram sinais da bênção divina, prova da santidade das pessoas. Jesus inicia o “sermão da montanha”, ou seja, a nova versão da lei, da nova Aliança, com a inversão da ordem estabelecida. Felizes e santos são os pobres, os que sofrem, os que nada podem, os perseguidos, os puros, pois deles é o Reino dos céus. O caminho da santidade está indicado nestas conhecidas bem-aventuranças. Uma bem-aventurança porém, a central no contexto literário de Mateus, sinaliza para a santidade mais necessária aos nossos dias: Felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia (Mt 5,7). A misericórdia num mundo sem compaixão é a profecia que o Papa Nos pede, a grande “desordem da ordem” do mundo, a santidade que a sociedade mais necessita. Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ

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