Saboreando a Palavra
Alegrai-vos… Lc 3,10-18 – O terceiro Domingo do advento é o Domingo da Alegria. Alegrai-vos, o Senhor está perto (Fl 4,4). O Evangelho está em continuidade ao do 2º Domingo, quando o Batista aparece como “voz que clama no deserto”. A partir deste contexto de deserto, de realidade fora das estruturas do império romano e da sociedade judaica, o Batista faz a denúncia profética (3,7-9) e o anúncio da proposta de justiça (3,10-18). Diversos grupos se apresentam e perguntam sobre mudança a ser feita. Perguntam sobre o que devem fazer, não que leis cumprir, nem que sacrifícios realizar para se purificarem.
O 1º grupo a se apresentar é a “multidão”. Não se indica de quem se trata. Simplesmente é a “multidão”. Para esse grupo é feita a proposta do não acúmulo, da partilha. Quem tem duas túnicas, dê uma a quem não tem. Certamente ter duas túnicas era considerado luxo, excesso, uma vez que obter vestes, naquele tempo, era difícil e muitos pobres não tinham com que se proteger. O 2º grupo é o de coletores, grupo este considerado um tanto corrupto, por praticar possivelmente abusos na arrecadação de impostos. A eles o Batista ordena que fiquem dentro do que é justo e correto. O 3º grupo é constituído de policiais. Não se tem maior informação se são soldados profissionais estrangeiros ou se são judeus a serviço do tetrarca Herodes ou de seguranças dos coletores. A estes a ordem é clara: não maltratar, não denunciar e se contentar com o salário.
Segue a grande questão da relação do Batista com o Messias. O Messias virá depois e vai para além da proposta do Batista. Em síntese se poderia afirmar que o Batista supera a proposta sacrificial do Templo e propõe a Justiça como critério de salvação. A vinda do Messias, que vai “batizar com o Espírito Santo e com o fogo”, supera a Justiça e inaugura a misericórdia como proposta para a vida do mundo. Que o Jubileu da Misericórdia nos ajude a abrir-nos para um novo horizonte. Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ
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