Saboreando a Palavra
A visita de Maria a Isabel – Lc 1,39-45 – É o 4º domingo do Advento. O evangelho nos traz a narrativa da visita de Maria a Isabel. Depois do anúncio do nascimento de João Batista ficamos sabendo que, quando Isabel concebeu, ela se “escondeu por cinco meses”. Por que? Certamente sofria os efeitos da teologia da retribuição do judaísmo de então: era amaldiçoada por Deus (Lc 1,24-25). Esterelidade, agregada à velhice, era humilhação, maldição,,fracasso enquanto mulher. No anúncio do nascimento de Jesus Isabel saiu do escondimento: ela está grávida e já “está no sexto mês” (1,36-37). O anjo tornou público o que estava escondido.
Maria havia se declarado a “serva do Senhor, faça- se em mim segundo a tua palavra”. (v 38). Deus contou com a disponibilidade de Maria “imediatamente”. Não se trata de uma disponibilidade passiva. Visitar Isabel é uma inspiração divina, é tradução concreta da ação de Deus nela. Maria não foi visitar Isabel para cuidar da criança ou lavar fraldas, pois voltou a Nazaré antes da criança nascer.
É preciso ir ao encontro das pessoas escondidas e dar visibilidade a elas, reconhecer a vida que trazem, ouvir seu grito,sua saudação “em altos brados” deixar que elas digam o que tem a dizer. E isto sem demora, sem rodeios. Maria levantou-se apressadamente (1,39). Para certas necessidades, não há tempo a perder. Mesmo que isto implique em caminhar por “regiões montanhosas”, superar obstáculos, vencer as dificuldades do caminho. É necessário também saber “entrar na casa”, mesmo que seja a “casa de Zacarias”, o patriarca e, na casa, dar especial atenção àquela que se esconde, que está na invisibilidade.
Maria e Isabel, duas mulheres marcadas pela exclusão social, uma muito idosa e outra muito jovem e não casada, elas cheias do Espírito Santo, protagonizam o surgimento do mundo novo.
A visitação é o encontro de mães cujos filhos mudam a história da humanidade. As mães sentem, os filhos vibram no seio delas e elas se rejubilam pela revelação da misericórdia de Deus que torna ‘visíveis’ os ‘invisíveis’, proposta jubilosa do Ano Santo da Misericórdia. Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ
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