Saboreando a Palavra

“Prisioneiros de uma religião estéril” – Lc 13,1-9 – Estamos acompanhado Jesus em seu peregrinar para Jerusalém. Ele tem urgência de despertar nas pessoas a conversão para Deus. Esta é a paixão de sua vida. Chegou o momento de buscar o Reino de Deus e sua Justiça, a hora de dedicar-nos a construir uma vida mais justa e humana, segundo o projeto do Pai. O Evangelho deste domingo vem carregado de polêmica. Por vezes nosso olhar só vê a parábola da figueira e não consideramos o que antecede. A notícia da morte de galileus é ocasião para Jesus alertar para a necessidade de conversão, para a mudança no modo de ser e de agir. E Jesus faz uma verdadeira ameaça: “Se não vos converterdes, perecereis do mesmo modo”. E insiste nesta afirmação, pois a frase vem repetida. Neste contexto Jesus pronuncia a parábola da “figueira estéril”. Figueira representa o povo de Israel, este povo pertencente a Deus, o povo da aliança, que tem uma Lei e uma prática religiosa. O relato é breve e denso. Em poucas palavras diz tudo. Um proprietário tem uma figueira que nada mais produz. Em outras palavras, Deus tem um povo que nada mais faz de bom. Vai mandar cortar. Mas há um vinhateiro (Jesus), que quer investir mais um pouco, que acredita nas pessoas, que revela a misericórdia do pai, que tudo fará para que as pessoas abandonem esta religião estéril, que tenham uma prática nova. A figueira voltará a dar frutos, o povo se tornará discípulo e mudará seu coração. Segundo Pagola, “três atitudes podem ajudar a libertar-nos do cativeiro de uma religião burguesa. Em primeiro lugar, um olhar limpo para ver a realidade sem preconceitos nem interesses: as injustiças alimentam-se da mentira. Depois, uma empatia compassiva que nos leve a defende as vítimas e a solidarizar-nos com seu sofrimento. Por último, um esforço constante para criar um estilo de vida alternativo aos códigos vigentes na sociedade burguesa”. Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ