Saboreando a Palavra

28/08/2018

“Ele está vivo e caminha conosco” – Lc 24,13-35 – A notícia mais radiosa recebida pela humanidade constituída por pessoas “descartáveis”. Jesus de Nazaré, o rosto da misericórdia do Pai, aquele que andou pelas estradas poeirentas da Galileia fazendo somente o bem, aquele que acolheu os não acolhidos, aquele que foi condenado pelo sistema religioso de seu povo judeu e considerado um malfeitor pelo império romano, aquele que foi condenado sem ser legalmente julgado, que foi crucificado como subvertedor da ordem política-econômica-religiosa, sepultado em túmulo alheio, este “fora da Lei”, está vivo! Naturalmente os que o condenaram não tem como ouvir e acolher esta radiosa notícia. Estão distantes da alegria incontida daquelas mulheres, ignoram a experiência daqueles ex pescadores e coletores de impostos, ou daqueles dois romeiros que retornavam a Emaús. Seu foco está nas notícias provenientes dos palácios imperiais, do senado, da casa de Pilatos ou até mesmo dos Sacerdotes do Templo. A notícia que vem dos pobres, das periferias, notícias que tanto alegram os discípulos e discípulas de Jesus, não são ouvidas em certos ambientes. Mas quem faz a experiência de caminhar com Jesus, de aquecer o coração pelo caminho, de reconhecê-lo na partilha do pão, mesmo que seja de noite, faz um longo percurso de retorno para anunciar aos irmãos que ele está vivo e vai ser confirmado pela comunidade reunida: “o Senhor verdadeiramente ressuscitou”! Esta é a grande notícia da Misericórdia do Pai para este momento da história da humanidade. A nós cabe acolher a graça da Misericórdia e pedir que o nosso coração seja misericordioso e, por isso, missionário, indo ao encontro das pessoas, em especial de quem se encontra na falta do cuidado, nas periferias, nas travessias em busca de nova pátria: os pobres, os excluídos, os doentes, os idosos, os abandonados, os afastados, os refugiados… A misericórdia de Deus nos convoca a ”tocar na carne sofredora de Jesus Cristo” que nestes tempos se faz sangue no rosto dos milhares de refugiados que naufragam ou que não encontram pátria que os acolham. Misericórdia e Solidariedade andam juntas e são sinais bem concretos da presença de Jesus Ressuscitado hoje entre nós. Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ

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