Solenidade da Santíssima Trindade
“O Espírito da verdade vos guiará para a verdade plena” – Jo 16,12-15 – Solenidade da Santíssima Trindade, mistério de “um Deus em três pessoas”. No domingo passado celebramos a solenidade de Pentecostes, a 3ª grande festa do ano Litúrgico. Não se trata de buscar compreender o mistério da Trindade, mas de aceitar o convite para contemplar o Deus que é amor, que é comunhão e buscar orientar nossa vida segundo este modo de ser de Deus. A Liturgia da Palavra traz luzes para esta aproximação da verdade plena. A primeira Leitura, do livro dos Provérbios, usando o recurso literário de “ditos”, “sentenças”, “provérbios”, vai como que “balbuciando” as experiências de uma vida marcada pela “sabedoria divina”. A segunda leitura poderia ser resumida na frase final do texto: “Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. O Evangelho é a grande convocação para contemplar o amor do Pai que se revelou no Filho, que se fez plena doação e nos acompanha na história por meio do Espírito Santo. Mesmo que estejamos já no Ciclo Litúrgico do Tempo Comum, o Evangelho tem como cenário a última ceia e o discurso de despedida que antecede a “hora “de Jesus. Jesus alerta para os sofrimentos e a cruz no horizonte de quem é fiel ao projeto do Pai e consola seus discípulos pois irão poder contar sempre com o Espírito Santo. Antecipando a feliz expressão do Papa Francisco, de sermos uma “Igreja em saída”, uma Igreja missionária em saída por todas as nações, a comunidade eclesial, ao longo da história, terá que tomar decisões em situações que não estavam previstas. Mas sempre poderá contar com a presença do Espírito, que ajudará a responder aos novos desafios e a interpretar as novas circunstâncias à luz da mensagem de Jesus. Como se pode observar, o tema central do Evangelho tem a ver com a presença do Espírito na vida da Igreja, que vai se revelando aos poucos. Jesus começa a dizer que tem muitas coisas que eles não podem compreender ainda. Não se trata de verdades misteriosas, de doutrinas não reveladas. O “Espírito da verdade” vai conduzir os discípulos e vai levando-os à compreensão e ao aprofundamento da fé. O Espírito não apresentará uma doutrina nova, mas fará com que a Palavra de Jesus seja sempre o farol da caminhada pelo mundo e vai ajudar a comunidade a atualizar esta palavra nas diversas realidades. O evangelho ainda sublinha a unidade entre o Pai e o Filho, pela ação do Espírito Santo. Contemplar esta riqueza do mistério da Trindade é o tesouro que a Igreja nos oferece na Liturgia desta Solenidade. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ