Terceiro Domingo do Advento

11/12/2025

A Boa Nova é anunciada aos pobres”Mt 11, 2-11 – Na esperança, prosseguimos no “caminho do advento”, intensificando a preparação para a vinda do Senhor. O 3º domingo é chamado “domingo Gaudete”, ou seja, o “domingo da alegria”, pois a vinda do Senhor se aproxima e a nossa libertação está cada vez mais perto. Isaías, na primeira leitura, consola os judeus exilados na Babilônia dizendo que vai chegar o tempo da alegria, pois o Senhor vai trazer de volta os que estão fora de sua pátria. Vão atravessar o deserto, passar por muitas dificuldades, mas caminharão cheios de alegria e esperança. A mesma temática volta na segunda leitura, na carta de Tiago, na qual o autor anima a comunidade dos pobres, vítima da ganância dos poderosos, pois o Senhor, justo Juiz, vai fazer justiça e irá libertá-los da escravidão. No Evangelho temos a descrição de como Deus devolve a alegria aos tristes. Seus caminhos, porém, não são gloriosos, triunfantes, mas seguem pelos “desertos da vida”, lá onde estão os pobres e excluídos. Temos novamente o personagem João Batista, uma das principais figuras do Advento. Foi o precursor de Jesus e anunciou a proximidade do Reino de Deus. Mostrou que Deus fará justiça e irá libertar os cativos. No Evangelho de hoje ele, João, já não está pregando no deserto, mas se encontra encarcerado, vítima da prepotência de poderosos. De dentro da prisão, ouviu falar das “obras de Cristo”, e então mandou seus discípulos perguntar a Jesus: “És Tu Aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” Talvez João esteja sofrendo uma crise de fé, pois havia anunciado a vingança e a justiça divina. Uma pregação dura e um forte apelo à conversão. Na visão de João, Jesus não estava sendo aquele Messias que anunciara. Daí que manda seus discípulos saber a verdade. Jesus não responde diretamente, mas manda dizer a João que observe as “obras” que realiza, as obras anunciadas pelos profetas: “os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a boa nova é anunciada aos pobres”. Todos gestos de misericórdia e não de condenação. A missão que Jesus recebeu do Pai é a de salvar e de dar vida, é revelar o rosto de misericórdia do Pai. Talvez o “Batista” tenha ficado escandalizado, decepcionado, desiludido por ver que Jesus age de forma diferente daquele Messias que ele esperava e havia anunciado. Compreende-se melhor o recado de Jesus: “E bem-aventurado aquele que não encontrar em Mim motivo de escândalo”. Certamente João tinha outra imagem do Messias e o modo de ser e de agir de Jesus gerou uma profunda crise nele. Depois que os discípulos foram embora, Jesus comenta com as pessoas que o rodeiam sobre a figura e a missão do “Batista”. Mesmo que João não compreendesse bem o ser e o agir do Messias, Jesus reconhece que João é sincero e verdadeiro, não é um pregador oportunista que prega para agradar os poderosos; também não é um interesseiro que gosta de luxo e de vida cômoda. Ë alguém íntegro, que enfrenta os poderosos e denuncia as mentiras e a corrupção. Está voltado para o que é essencial, para o que é eterno. Assim sendo, João é mais que um profeta; é um escolhido e enviado ao mundo para ser sinal de Deus. E Jesus termina dizendo: “no entanto, o menor no reino dos Céus é maior do que ele”. A realidade do Reino de Deus ultrapassa toda e qualquer medida. A grandeza de João Batista é incomparável com a grandeza de quem segue Jesus e vive a proposta de salvação.  Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ