2ºDomingo Advento – Solenidade Imac. Conceição

04/12/2019

“Tu és toda bela ó Maria” (Papa Francisco) – Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria  (Lc 1, 26-38)

Neste 2º domingo do Advento de 2019 celebramos também a Solenidade da Imaculada Conceição. O calendário Litúrgico do 2º Domingo coloca-nos em contato com a figura de João Batista que nos convoca a “preparar os caminhos do Senhor” (Mt 3, 1-12). Sendo Solenidade da Mãe de Deus, há a opção pela celebração desta Solenidade, coincidindo com o 2º Domingo. Então vamos contemplar o mistério da Imaculada Conceição que, por sinal, é muito pertinente a este tempo do Advento (Lc 1,26-38). Ao nos propor o exemplo de Maria de Nazaré, a liturgia convida-nos a acolher, com um coração aberto e disponível, os planos de Deus para nós e para o mundo. A cena está situada numa aldeia da Galileia, chamada Nazaré. A Galileia, região a norte da Palestina, à volta do Lago de Tiberíades, era considerada, pelos judeus, uma terra longínqua e estranha, em permanente contato com as populações pagãs e onde se praticava uma religião influenciada pelos costumes e pelas tradições pagãs. Era a “Galileia das nações”. Maria, a jovem de Nazaré, está no centro deste episódio. Ela era “uma virgem desposada com um homem chamado José”. O casamento hebraico tratava do compromisso matrimonial em duas etapas: havia uma primeira, na qual os noivos se prometiam um ao outro. Só numa segunda fase surgia o compromisso definitivo. Entre uma etapa e outra, passava um tempo mais ou menos longo, durante o qual qualquer uma das partes podia voltar atrás, ainda que sofrendo alguma penalidade. Durante o primeiro período os noivos não viviam em juntos, mas o compromisso que os dois assumiam tinha já um carácter de permanente, de tal forma que, se surgisse um filho, este era considerado filho legítimo de ambos. A Lei de Moisés considerava a infidelidade da “prometida” como uma ofensa semelhante à infidelidade da esposa (cf. Dt 22,23-27). E a união entre os dois “prometidos” só podia dissolver-se com a fórmula jurídica do divórcio. José e Maria estavam, portanto, na situação de “prometidos”, que ainda não tinham celebrado o matrimônio. Lucas apresenta, a seguir, o diálogo entre Maria e o anjo. A conversa começa com a saudação do anjo, com termos e expressões do Antigo Testamento, ligados a contextos de eleição, de vocação e de missão. O termo “ave” com que o anjo se dirige a Maria é mais do que uma saudação. É eco dos anúncios de salvação à “filha de Sião”.  “Salve”! A expressão “cheia de graça” significa que Maria é alguém predileta de Deus. As outras expressões todas são carregadas do mistério da atuação de Deus na história…  Estamos diante do “relato da vocação” de Maria.  Deus propõe que aceite ser a mãe de um “filho” especial. A resposta de Maria começa com uma objeção… A objeção faz sempre parte dos relatos de vocação do Antigo Testamento (cf. Ex 3,11; 6,30; Is 6,5; Jer 1,6). Diante da “objeção”, o anjo garante a Maria que o Espírito Santo virá sobre ela e a cobrirá com a sua sombra. Este Espírito é o mesmo que foi derramado sobre todos os escolhidos do AT. A “sombra” ou “nuvem” leva-nos, também, à “coluna de nuvem” (cf. Ex 13,21) que acompanhava a caminhada do Povo de Deus em marcha pelo deserto, indicando o caminho para a Terra Prometida da liberdade e da vida nova. O relato termina com a resposta final de Maria: “eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”. Maria reconhece que Deus a escolheu, aceita com disponibilidade essa escolha e manifesta a sua disposição de cumprir, com fidelidade, o projeto de Deus. “Tu és  toda bela ó Maria”, que traz beleza e grandeza ao tempo do Advento. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ.